28/03/2022 às 13:45, atualizado em 28/03/2022 às 18:48

Kickboxing como ferramenta de educação contra a violência

Escola de Combate leva novas perspectivas para estudantes do CEF 316 de Santa Maria

Por Agência Brasília* | Edição: Claudio Fernandes

“Sou da época em que os professores diziam que nossa obrigação era salvar o mundo por meio da educação física, pois cada menino que saísse da rua e fosse praticar qualquer esporte poderia estar saindo da vida do crime e dos perigos da rua, aprendendo disciplina e se tornando um cidadão melhor” – Pollyanna Silva, professora da rede pública e atleta de kickboxingdireita

A escola é espaço para desenvolvimento da cultura de paz e combate à violência. A professora e atleta Pollyanna Silva tem feito isso por meio do treinamento de kickboxing com o projeto Escola de Combate, desenvolvido com estudantes do Centro de Ensino Fundamental (CEF) 316 de Santa Maria.

O trabalho desperta nos jovens e nas crianças a importância do esporte para a construção de cidadão mais conscientes, humanos e solidários. Por meio do kickboxing, os estudantes conseguem diferenciar os conceitos de luta e briga para buscarem diversos aspectos de equilíbrio na vida.

O Escola de Combate começou em 2019. Inicialmente, funcionou na Escola Classe 116 de Santa Maria e, atualmente, está no CEF 316. Esporte e educação sempre caminharam juntos na vida de Pollyanna.

“Sou da época em que os professores diziam que nossa obrigação era salvar o mundo por meio da educação física, pois cada menino que saísse da rua e fosse praticar qualquer esporte poderia estar saindo da vida do crime e dos perigos da rua, aprendendo disciplina e se tornando um cidadão melhor. Sempre trabalhei na periferia e em escolas desafiadoras. Sempre tentando algo novo e que fizesse as crianças perceberem o encantamento do esporte”, conta a professora.

Essa semente do esporte plantada pela prática do kickboxing germinou no coração do estudante do terceiro ano do ensino médio Marcelo Ramos, 18 anos. Ele viu uma palestra de Pollyanna e se apaixonou pela modalidade. “Entrei aqui completamente desmotivado por tantas coisas da vida! Hoje estou aqui cheio de sonhos. Penso em ser professor de kickboxing e ajudar outros estudantes. Também quero ser policial e já comecei os estudos”, conta. Marcelo iniciou no esporte há dois anos e já conquistou medalhas de bronze em 2021, no Open Brasília e no Campeonato Mundial.

Gabriel Alvez, 19, concluiu o ensino médio no ano passado e continua como voluntário do Escola de Combate: 16 medalhas no kickboxing

Gabriel Alves, 19 anos, começou no Escola de Combate como aluno há três anos. Terminou o ensino médio no ano passado e segue como voluntário do projeto. Ele é inspiração para vários estudantes do projeto com sua história de dedicação e resultados como atleta. Já são 16 medalhas no kickboxing e o título de campeão mundial. Por meio do esporte, viajou para várias partes do mundo, como Suíça e Holanda.

“Eu não tinha muitas perspectivas de vida antes do esporte. Hoje eu tenho muitas ambições como atleta e fico feliz em inspirar outras pessoas”, relata. Gabriel concilia a vida de atleta com a faculdade de educação física, iniciada em 2022.

 

*Com informações da Secretaria de Educação