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09/04/2022 às 20:05
Atividades gratuitas para esse público são desenvolvidas em Ceilândia, Guará, Samambaia, Santa Maria, São Sebastião e Taguatinga
A palavra superação faz todo sentido quando vivenciamos o dia a dia dos estudantes que praticam esportes nos seis polos de centros de iniciação desportiva paralímpicos (CIDPs) da rede pública de ensino. Eles mostram que a atividade física é um instrumento para melhoria na qualidade de vida e conquista de autonomia nas ações do cotidiano, além de abrir um importante espaço de socialização.
A evolução do estudante Bruno de Brito, 25 anos, com a ajuda da natação é impressionante. Bruno tem deficiência múltipla e, atualmente, também está matriculado no CIDP Natação de São Sebastião.
“Ele chegou nas aulas de natação numa cadeira de rodas, sem andar, e hoje tem a independência de andar sozinho. Sinceramente, não imaginei que ele chegaria nesse nível tão alto. Isso traz enormes diferenças na vida dele, que, agora, consegue fazer as atividades do dia a dia sem minha ajuda. É emocionante!”, conta Maria de Lourdes de Brito, mãe de Bruno.
Além desse esporte, os CIDPs da Secretaria de Educação do DF ofertam modalidades de atletismo, bocha, futsal, futebol PC, parabadminton e tênis de mesa.
Os estudantes que treinam nesses centros também têm a oportunidade de participar de competições esportivas. Todos os anos, a Secretaria de Educação organiza os Jogos Escolares Paralímpicos do Distrito Federal (JEPDF), que terão a data de realização de 2022 divulgada em breve.
Os atletas selecionados para essa disputa vão para a competição nacional, as Paralimpíadas Escolares, que, este ano, serão no DF, de 8 a 13 de agosto. São esperados 600 estudantes de 10 estados, para competir em quatro modalidades: atletismo, bocha, goalball e natação.
Oportunidade para comunidade
Os CIDPs também ofertam esportes para a comunidade nos dias e horários em que os estudantes não têm interesse, as chamadas vagas remanescentes. Edmar Barbosa e Marcelo Alves são atletas de parabadminton e treinam no CIDP de Taguatinga. Depois que sofreu um acidente de carro, Edmar ficou cadeirante e encontrou nesse esporte novas oportunidades de vida.
“Eu me identifiquei. No início não levava tão a sério como0 esporte, mas depois percebi que realmente poderia ser atleta na modalidade e comecei a treinar firme. A estrutura do centro é fundamental nesse processo”, relata. Ele ficou em 3° lugar em competição internacional da modalidade em Uganda, em 2021.
“Eu me identifiquei. No início não levava tão a sério como esporte, mas depois percebi que realmente poderia ser atleta na modalidade e comecei a treinar firme. A estrutura do centro é fundamental nesse processo” – Edmar Barbosa, atleta de parabadmintonesquerda
O esporte sempre esteve na vida de Marcelo. Ele praticava basquete e tênis como atleta amador. Após sofrer um acidente de ônibus, tornou-se cadeirante e percebeu no parabadminton uma possibilidade de recomeço de vida. “Para mim, o esporte é tudo. Trouxe a oportunidade de ser atleta, de conhecer outros países, e me dá qualidade de vida”, descreve Marcelo.
O sonho dos atletas é chegar à classificação para os Jogos Parapan-Americanos, que ocorrerão em Santiago, em 2023. Eles competem nas modalidades individual e em dupla.
A professora do CIDP Parabadminton de Taguatinga Cláudia Dionice conta que o esporte é capaz de dar asas para as pessoas que os vivenciam, de crianças até adultos. “Aqui é só o começo, porque a criança cresce vendo que é capaz. Os deficientes que já são adultos e vêm da comunidade têm a oportunidade de ser reinseridos na sociedade, de ter um novo olhar sob aquela condição física deles. O esporte desbrava fronteiras”, reflete Cláudia.
*Com informações da Secretaria de Educação do DF