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24/04/2022 às 11:48, atualizado em 24/04/2022 às 11:58
Desenhos originais e reproduções de projetos sobre a construção da capital da República foram doados pelo arquiteto ao desenhista Gervásio Cardoso
“A nossa missão é pôr a memória de Brasília em movimento. E essa exposição é uma joia dentro das comemorações do aniversário de 62 anos de Brasília”Bartolomeu Rodrigues, secretário de Cultura e Economia Criativaesquerda
O Espaço Oscar Niemeyer recebe a exposição O Mestre e o Aprendiz: Oscar Niemeyer e Gervásio Cardoso. São 14 desenhos a lápis sobre papel-manteiga (entre originais e reproduções), estudos feitos por Niemeyer para a Praça dos Três Poderes. Esse material foi presenteado pelo arquiteto de Brasília ao então jovem desenhista que deixou Minas para seguir os passos do mestre.
“A nossa missão é pôr a memória de Brasília em movimento, e essa exposição é uma joia dentro das comemorações do aniversário de 62 anos de Brasília”, afirma o secretário de Cultura e Economia Criativa, Bartolomeu Rodrigues.
“A mostra traz novos elementos do trabalho de Oscar Niemeyer ainda na fase de idealização da capital federal. A partir das memórias de Gervásio Cardoso, podemos ter uma perspectiva mais próxima tanto do processo criativo de Niemeyer quanto de sua relação com aqueles que o ajudaram a construir Brasília”, acrescenta o subsecretário do Patrimônio Cultural da Secretaria de Cultura e Economia Criativa (Secec), Aquiles Brayner.
Gervásio acrescenta: “Além dessa influência de ordem técnica, absorvi na minha convivência e observação diária das atitudes de Niemeyer, valores importantes para minha vida profissional, como generosidade, simplicidade e responsabilidade. Sou eternamente grato a ele pelo apoio prestado a mim no início e ao longo de minha vida profissional”.
Entre as passagens e feitos mais importantes na sua trajetória profissional, Gervásio frequentou, em 1970, durante estágio de um ano, a Escola Nacional Superior de Belas Artes de Paris. Entre 1971 e 1972, foi o coordenador-geral do desenvolvimento do anteprojeto de Niemeyer para os edifícios do Anexo II do Senado e dos projetos de arquitetura de interiores e paisagismo dos mesmos edifícios. Em 1973, foi membro da equipe da Novacap responsável pelas obras de acabamento do edifício do Ministério da Justiça, um projeto de Niemeyer.
Menino de Minas
Gervásio nasceu em 1943 em Paineiras (MG), onde morou até 1952, quando se mudou para Patos de Minas. “Era a melhor cidade da região, para que pudéssemos estudar”, lembra. A família de 15 filhos, um deles adotado, tinha fazenda, negócio que três dos irmãos abraçaram. Ele, contudo, gostava de desenhar, influenciado pela irmã Therezinha, que tinha ateliê na cidade.
Alertado por uma professora de que Niemeyer – que detestava voar de avião – havia pernoitado em Patos de Minas a caminho de Brasília, Gervásio decidiu ir atrás dele e, em janeiro de 1960, três meses antes da inauguração da capital, apoiado pela família, desembarcou na cidade em obras.
“Para minha surpresa, com apenas 17 anos de idade, Niemeyer me convidou para estagiar em sua equipe, na Novacap, e em agosto de 1960 fui contratado como desenhista”, relata. No encontro com o arquiteto carioca, Gervásio lhe mostrou um retrato de Niemeyer que havia feito. “Bonito, mas aqui precisamos de desenho técnico”, disse o mestre ao estagiário.
Gervásio formou-se em arquitetura e urbanismo pela Universidade de Brasília (UnB), sete anos mais tarde. O retrato, guarda até hoje e faz parte da exposição.
Serviço
O Mestre e o Aprendiz: Oscar Niemeyer e Gervásio Cardoso
– Espaço Oscar Niemeyer
– Setor de Administração Federal, Praça dos Três Poderes, Bloco J
– Telefone: (61) 3443-6528
– Até 22 de maio
– Horário de visitação: terça a sexta das 9h às 18h e sábados e domingos das 9h às 17h
– E-mail: eon@cultura.df.gov.br
É obrigatório o uso de máscaras para visitação.
*Com informações da Secec-DF