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07/05/2022 às 12:06, atualizado em 07/05/2022 às 12:07
Profissionais do Cecon Estrutural se reinventaram, durante a crise sanitária, para viabilizar atividades em formato virtual. Auxílio da família e orientação dos educadores sociais fortaleceram vínculos
Com as dificuldades trazidas pela pandemia que impediam o convívio social, os profissionais da assistência social tiveram que se reinventar para manter os atendimentos com segurança. Foram vários os desafios, desde o atendimento na ponta para fazer a escuta qualificada das famílias vulneráveis e receber as demandas das vítimas de violações de direitos, até o acompanhamento dos cidadãos que já frequentavam o Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos (SCFV), um braço importante que atua na prevenção de situações de risco social.
“Uma das alternativas que nós encontramos foi a criação de um grupo de WhatsApp pelo qual as participantes mantiveram a interação e executaram atividades propostas pela equipe com os recursos disponíveis no ambiente doméstico”Regina Maria do Nascimento, chefe do Cecon Estruturaldireita
As reuniões em grupo e os eventos passaram a ser on-line; os atendimentos individuais, por telefone e aplicativos de mensagem; as atividades do dia a dia ganharam uma nova roupagem, adequadas para o formato virtual, com os trabalhos feitos em casa com a ajuda da família e a orientação dos educadores sociais. Tudo para que esses cidadãos não perdessem o contato com os centros de convivência, com os colegas e mantivessem o vínculo comunitário, que é um dos objetivos do serviço.
Foi o que ocorreu no Centro de Convivência e Fortalecimento de Vínculos (Cecon) Estrutural. Assim como os demais Cecons, a unidade gerenciada pela Secretaria de Desenvolvimento Social (Sedes) descobriu novas formas de manter o acompanhamento do grupo intergeracional que é atendido na unidade, formado por pessoas a partir dos 30 anos, a maioria delas idosos.
“Nós temos aqui, na unidade, o grupo intergeracional Bem viver, formado predominantemente por mulheres em processo de letramento. Uma das alternativas que nós encontramos foi a criação de um grupo de WhatsApp pelo qual as participantes mantiveram a interação e executaram atividades propostas pela equipe com os recursos disponíveis no ambiente doméstico”, explica a chefe do Cecon Estrutural, Regina Maria do Nascimento.
Esse contato entre elas pelo grupo de WhatsApp foi importante para fortalecer os vínculos e combater as doenças causadas pelo isolamento social durante a pandemia. “Quando o grupo se comunicava por meio de áudios, vídeos e fotos, nós pudemos conhecer um pouquinho mais das suas histórias, dos seus espaços, dos seus cantinhos preferidos. Esse contato reduziu o sentimento de isolamento, as idosas do grupo passaram a interagir entre elas. Ensinamos também técnicas de respiração, relaxamento e meditação que amenizaram sintomas de depressão e ansiedade gerados pelo isolamento social”, pontua Mizusaki.
Frequentadora do Cecon Estrutural, Rita Maria de Araújo Oliveira, 69 anos, fala da contribuição do grupo para superar as dificuldades. “O Cecon é a nossa casa predileta, é onde nós aprendemos, é onde arejamos a cabeça, é onde nossa mente fica melhor. E nós somos realizadas aqui, pelo menos eu digo por mim. Eu me sinto muito feliz em vir para cá e sinto que estou aprendendo alguma coisa”, conta.
Retorno presencial
Com o retorno presencial das atividades uma vez por semana, garantindo o cumprimento de todas as regras e recomendações sanitárias contra a covid-19, o grupo intergeracional, formado por adultos e idosos, voltou a se reunir este ano.
“Eu vivia com a minha neta, mas depois ela se casou e eu fiquei sozinha em casa. E eu sou uma pessoa muito caseira, não sou de ficar ‘nas casas’. Aqui no Centro de Convivência, nós conversamos umas com as outras. A gente, dentro de casa, sozinha, não tem com quem conversar”, afirma a aposentada Ivonilde Nunes Lago, 71 anos, frequentadora do Cecon Estrutural.
De acordo com o educador social responsável pelo grupo intergeracional, as idosas estavam ansiosas para voltar a frequentar a unidade. “Foi bom poder propiciar esse retorno para elas de forma segura. Todas já estavam vacinadas com as duas doses. Até pessoas que ficaram afastadas durante toda a pandemia retornaram”, enfatiza Mizusaki.
O diretor de Convivência e Fortalecimento de Vínculos da Sedes, Clayton Andreoni, reforça que o retorno das atividades presenciais nos Centros de Convivência foi realizado de forma planejada e gradual. “Atualmente, temos grupos atendidos de forma remota, outros de forma totalmente presencial e outros utilizando estratégia híbrida de oferta. Para a definição da melhor estratégia, as equipes avaliam mensalmente os recursos disponíveis (humanos, materiais e físicos), o contexto dos indivíduos atendidos, os protocolos de segurança vigentes e o cenário epidemiológico e seus impactos locais”, reitera o gestor.
Cecon Estrutural
O Centro de Convivência e Fortalecimento de Vínculos Estrutural atende, atualmente, 175 pessoas: crianças e adolescentes com idades entre 6 e 17 anos; e adultos e idosos do grupo intergeracional, a partir dos 30 anos.
Assistente social da Sedes há mais de 10 anos, Kariny Alves ressalta que o Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos complementa o trabalho social com família que é realizado nos Centros de Referência de Assistência Social (Cras).
“Esse trabalho é fundamental para prevenir a institucionalização e a segregação de crianças, adolescentes, jovens e idosos, em especial, das pessoas com deficiência, assegurando o direito à convivência familiar e comunitária, além de promover acesso a benefícios e serviços socioassistenciais, e a experiências artísticas, culturais, esportivas e de lazer. No caso dos grupos intergeracionais, propicia trocas de experiências e vivências, fortalecendo vínculos familiares e comunitários”, finaliza.
*Com informações da Secretaria de Desenvolvimento Social