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19/05/2022 às 15:58, atualizado em 19/05/2022 às 17:30
Termômetros registraram mínima de 1,4ºC nesta quinta (19), no Gama. Doações são coletadas pela Defesa Civil, Polícia Militar e Corpo de Bombeiros. Confira os locais
Casacos, jaquetas, cachecóis, luvas e toucas… É assim que os moradores do Distrito Federal saíram de casa nesta quinta-feira (19), considerado o dia mais frio da história. Os termômetros do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) marcaram mínima de 1,4ºC na estação meteorológica do Gama, devido ao avanço de uma massa polar que atinge o Sul, Sudoeste e Centro-Oeste do Brasil. O recorde anterior ocorreu em julho de 1975, quando o Plano Piloto registrou 1,6ºC.
Para proteger a população em situação de vulnerabilidade, que não possui o vestuário adequado para a queda de temperatura, a Defesa Civil, Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) e Corpo de Bombeiros do Distrito Federal (CBMDF) arrecadam agasalhos, cobertores e roupas em geral. As doações, que serão encaminhadas para moradores de rua, entidades assistenciais, hospitais e albergues, precisam estar em condições de uso e limpas. O cidadão deve colocar os itens em sacolas plásticas, preferencialmente transparentes, e entregar no ponto de coleta mais próximo.
Já na terça-feira (17), o comando do Colégio Militar Dom Pedro II deu início à campanha no ambiente escolar e a entrega foi possível já na noite de quarta-feira (18), como explica o comandante do CMDP II, tenente-coronel Thiago John. “Percebemos um engajamento muito grande dos alunos, que aceitaram esse desafio em tão pouco tempo. Havia uma necessidade de os alunos participarem da entrega, mas não seria possível, por conta da logística, pois seria necessário que os pais acompanhassem e não seria possível em tão pouco tempo. Mas podemos pensar numa próxima oportunidade.”
Após a arrecadação junto aos alunos, o comando do CMDPII solicitou à Sudec a entrega do material. “A entrega de agasalhos e cobertores às pessoas que estão em situação de rua é uma das nossas atribuições e tínhamos meios para essa distribuição. Esperamos contar com outras parcerias”, finaliza o subsecretário do Sistema de Defesa Civil, coronel Luciano Maximiano.
A Polícia Militar começou a coleta de agasalhos nesta quinta-feira (19). Quem quiser ajudar o próximo pode entregar os itens nos batalhões da corporação até 17 de junho. A ação é desenvolvida anualmente pelo Centro de Comunicação Social em junho, mas como o frio chegou antes do previsto, a campanha foi antecipada. Os donativos serão encaminhados para moradores de rua, entidades assistenciais, hospitais e albergues.
Proteção redobrada
As baixas temperaturas devem se manter até sábado (21), de acordo com a meteorologista Naiane Araújo, do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). “O frio intenso continua nesta sexta-feira, mas no sábado as temperaturas devem começar a aumentar gradativamente. No sábado, a mínima é prevista em torno de 5°C e a tarde deve ter máxima de 22°C graus. No domingo, a mínima sobe para 10°C e máxima para 25°C”, explica.
As doações precisam estar em condições de uso e limpas. O cidadão deve colocar os itens em sacolas plásticas, preferencialmente transparentes, e entregar no ponto de coleta mais próximodireita
A infectologista Ana Helena Germoglio, da Secretaria de Saúde, alerta que, neste período, o organismo humano desenvolve mecanismos adaptativos para sobreviver à temperatura, como o aumento da produção de muco e a congestão nasal. “O corpo precisa manter o calor para evitar que fique tão frio dentro das vias aéreas. Por isso, muitas pessoas ficam com o nariz escorrendo ou entupido”, afirma.
“A gente pode ajudar o organismo mantendo a hidratação, bebendo bastante água e se agasalhando bem, principalmente as crianças e os idosos”, completa. E, como o frio aumenta a circulação de vírus, a orientação da especialista é evitar aglomerações e manter o uso de máscara de proteção facial.
A doméstica Amanda Kênia, 26 anos, se agasalhou corretamente para ir trabalhar nesta quinta-feira (19). Ela apostou na máscara facial, luvas, touca e um casaco reforçado. “Frio só é bom quando a gente está em casa, quentinho. Tenho nem roupa para isso, gosto mesmo é do calor”, diz.
Já a jornalista Carolina Sales, 34 anos, é apaixonada por temperaturas mais baixas. “Estou adorando esta época. Até comentei com meu esposo que já posso tirar todos os casacos do armário. Acho, inclusive, que as pessoas ficam mais elegantes”, afirma. Mãe de uma menina de 7 anos, ela revela que o único problema é acordar a filha de manhã cedo. “Ela só não foi para a escola de cobertor, mas estava agasalhada da cabeça aos pés”, completa.
*Com informações da Secretaria de Segurança Pública