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19/05/2022 às 14:39
Boletim Levantamento Rápido de Índices para o Aedes aegypti no DF (Liraa) revela resultados do trabalho de prevenção. Índice de infestação predial na capital saiu da classificação ‘em alerta’, em janeiro, para ‘satisfatório’
O trabalho de combate à dengue no Distrito Federal começa no nascedouro, ainda na fase larvária do Aedes aegypti, transmissor da doença. E levantamentos feitos pela Secretaria de Saúde mostram que esta ‘guerra’ tem surtido efeito: a infestação do mosquito no DF está em queda. O boletim Levantamento Rápido de Índices para o Aedes aegypti no DF (Liraa) de abril, divulgado este mês, mostra que o índice de infestação predial na capital saiu da classificação “em alerta”, em janeiro, para “satisfatório”.
Além do uso de larvicidas para eliminar os futuros mosquitos, a Vigilância Ambiental tem lançado mão de ovitrampas no enfrentamento à doença. Trata-se de uma espécie de armadilha usada para capturar os ovos de mosquitos na água parada.
Frio é um aliado contra o mosquito
Com os casos prováveis de dengue em alta em todo o País – no DF foram registrados 39.251 até o momento – o ataque às larvas e aos ovos do Aedes é uma estratégia indispensável usada pela Saúde. Mas, de acordo com o subsecretário de Vigilância à Saúde, Divino Valero, a mudança de clima também será um aliado importante.
“A partir de junho, com a chegada da seca em Brasília e o tempo frio, os casos da doença certamente vão diminuir”, explica. “A mudança de temperatura resulta num choque térmico que afeta as fêmeas do Aedes aegypti. Com a redução de mosquitos adultos, cai também a transmissão da dengue. É preciso observar essa sazonalidade”, aponta.
Divino frisa ainda que as ações contra a dengue são pautadas pela intersetorialidade, onde vários órgãos compartilham decisões e também o trabalho nas ruas. “É uma operação diária não só da Vigilância Ambiental, mas em conjunto com órgãos como o Corpo de Bombeiros, o SLU, que nos ajuda no manejo ambiental, o DF Legal, que fiscaliza áreas comerciais e prédios públicos, entre outros”, detalha.
Cuidado especial com o Lago Norte
Olhando de maneira mais detalhada o boletim Liraa, é possível detectar também a situação de cada RA do Distrito Federal. Dentre as 33, vinte e três delas têm o índice satisfatório e apenas o Lago Norte apresenta risco de surto. “Lá encontramos imóveis amplos, com muita matéria orgânica, calhas altas, onde os agentes muitas vezes têm dificuldade de acessar. Mas, reforçamos que é fundamental que o morador ou o funcionário permita sempre a entrada das equipes nas casas”, reforça Jadir Filho.
O ataque ao mosquito no bairro, todavia, já começou. No início deste mês, uma força-tarefa de 160 agentes foram distribuídos entre as QIs, QLs , MIs, MLs e Taquari, fazendo a abordagem dos moradores e inspecionando casas e estabelecimentos. Na Granja do Torto e nas áreas rurais do Lago Norte há agentes fixos que fazem o trabalho rotineiramente. O administrador Anderson Toledo cobra ainda a colaboração da comunidade. “Se cada morador fizer a sua parte, tirando dez minutos do seu dia, toda semana, para uma vistoria, já é suficiente para eliminar possíveis focos dentro de suas casas”, conclui.