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24/05/2022 às 20:57, atualizado em 24/05/2022 às 21:16
Segundo controle do Corpo de Bombeiros, um dos órgãos que faz as inspeções dentro das residências, o acesso está longe do ideal
Um dos obstáculos para o combate à dengue no Distrito Federal é a dificuldade de acesso a residências em algumas regiões administrativas (RAs). Segundo números do Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal (CBMDF), um a cada três dos imóveis a serem vistoriados todo dia, um está fechado – o que inviabiliza o trabalho de inspeção das equipes.
As visitas de rotina e o trabalho orientativo normalmente são feitos pelos agentes da Divisão de Vigilância Ambiental (Dival) e por militares da corporação, capacitados para este fim. Segundo levantamento da Dival, um total de 1,4 milhão de imóveis foram vistoriados de janeiro até o final de abril de 2022 pelos diversos órgãos envolvidos no enfrentamento ao mosquito Aedes aegypti. A estatística foi apresentada nesta terça-feira (24), durante reunião da Sala Distrital que coordena as ações contra a doença.
“A gente precisa da conscientização da população. Informamos com antecedência às administrações ou por meio de canais de comunicação que estamos visitando aquela localidade justamente para que os proprietários dos imóveis saibam que a inspeção vai passar por lá”Raphael Souza, tenente-coronel do Corpo de Bombeirosdireita
“A gente precisa da conscientização da população. Informamos com antecedência às administrações ou por meio de canais de comunicação que estamos visitando aquela localidade justamente para que os proprietários dos imóveis saibam que a inspeção vai passar por lá”, observa o tenente-coronel Raphael Souza, do grupo de trabalho contra a doença no Corpo de Bombeiros.
“Uma a cada três residências está fechada ou não atende as equipes. Isso gera uma revisita no local, o que atrasa as nossas ações”, diz o militar. As visitas da corporação são feitas diariamente pela manhã, sempre em duplas. Viaturas e drones, em alguns casos, são usados pelos bombeiros no dia a dia contra a dengue.
A impossibilidade de adentrar o local não representa risco somente para o dono da residência ou do estabelecimento, conforme lembra o subsecretário de Vigilância à Saúde, Divino Valero. “Uma casa, por exemplo, que tenha a presença do inseto ou o foco do mosquito compromete todo o quarteirão, a vizinhança, a população, além de atrapalhar o trabalho dos agentes. A transmissão é rápida”, aponta. Quando se caracteriza uma casa abandonada ou inabitada, os agentes podem “forçar a entrada”, assegurados pela lei.
Alto custo
Segundo Valero, isso também gera um custo alto aos cofres do governo. “Temos cerca de 1.200 equipes da vigilância atuando no enfrentamento à doença em todo o DF. São 120 camionetes usadas nos trabalhos. O retorno aos mesmos lugares gera gastos desnecessários”, aponta.
O subsecretário atualizou os números da doença na capital, com cerca de 40 mil casos prováveis e dois óbitos em virtude da doença. “Infelizmente, a dengue está presente no Brasil – do Oiapoque ao Chuí. Mais de 95% dos 5.570 municípios têm hoje a presença do mosquito. Os dados são do Ministério da Saúde”, diz.
Trabalho integrado
A Sala Distrital Permanente de Coordenação e Controle das Ações de Enfrentamento às Doenças Transmitidas pelo Aedes (SDCC) reúne diversos órgãos do GDF para estruturar ações contra o mosquito, transmissor também da chikungunya, zika vírus e febre amarela.
Hoje, as sete regiões de saúde, divididas de acordo com a proximidade entre as RAs, apresentaram balanço de suas ações durante os cinco primeiros meses do ano. O encontro contou com a presença também de representantes das secretaria de Saúde, das Cidades, de Meio Ambiente e DF Legal e do Serviço de Limpeza Urbana (SLU), entre outros órgãos.