12/06/2022 às 15:35, atualizado em 12/06/2022 às 18:03

Assistência integral à saúde da mulher

Criação do Cesmu, em outubro de 2020, representa conquista para o público feminino; apesar de atendimento dedicado à oncologia, outros serviços são oferecidos pela clínica

Por Carolina Caraballo, da Agência Brasília | Edição: Saulo Moreno

A saúde feminina tem recebido atenção especial do Governo do Distrito Federal (GDF) nos últimos três anos. Focadas em oferecer uma assistência integral à mulher, ações da Secretaria de Saúde normatizam o atendimento ginecológico, democratizam o acesso a contraceptivos de longa duração e oferecem acompanhamento mais humanizado às gestantes.

Desde abril de 2022, o controle das consultas ginecológicas tem sido feito pelo Complexo Regulador do DF. O sistema organiza, de maneira integrada, a oferta de vagas e a demanda da comunidadedireita

Uma das principais conquistas do público feminino foi a criação do Centro Especializado em Saúde da Mulher (Cesmu), na 514 Sul. Inaugurado em outubro de 2020, o espaço tem equipe multiprofissional com ginecologista, nutricionista, psicólogo, assistente social, acupuntura, homeopatia e reumatologia. A clínica também conta com aparelhos de mamografia e ultrassonografia.

A gerente do Cesmu, Carla Camilo, reforça: “Nossa clínica está preparada para oferecer cuidado integral à mulher, em todas as suas fases de vida – da reprodutiva à menopausa”

Gerente do Cesmu, Carla Camilo ressalta que a clínica também presta assistência a mulheres que sofreram algum tipo de violência. Nesses casos, o acolhimento inicial é feito em uma das 17 unidades do Centro de Especialidade para Atenção às Pessoas em Situação de Violência Sexual, Familiar e Doméstica (Ceapv).

“Quando há necessidade de dar continuidade ao atendimento, a vítima é encaminhada para o Cesmu”, explica Carla. “Nossa clínica está preparada para oferecer cuidado integral à mulher, em todas as suas fases de vida – da reprodutiva à menopausa.”

Eficiência em ginecologia

O acesso aos atendimentos ginecológicos na rede pública de saúde do Distrito Federal está mais eficiente. Desde abril de 2022, o controle das consultas desta especialidade tem sido feito pelo Complexo Regulador do DF. O sistema organiza, de maneira integrada, a oferta de vagas e a demanda da comunidade.

“Passamos a ter critérios bem definidos para priorizarmos quem mais necessita”, comenta Camila Carloni Gaspar, coordenadora de Atenção Especializada à Saúde da Secretaria de Saúde (SES-DF). “Antes, cada uma das regiões administrativas controlava sua própria fila, a prioridade não era a urgência, mas sim o tempo de fila ou onde a paciente morava.”

A colocação do dispositivo intrauterino (DIU) também ganhou eficiência. Em 2019, a Secretaria de Saúde iniciou o processo de capacitação dos profissionais de atenção primária para a implantação do contraceptivo. Agora, o DIU pode ser inserido nos consultórios das unidades básicas de saúde. “Cerca de 70% das UBSs conseguem fazer o procedimento. Antes, apenas 30% ofereciam o serviço”, destaca Camila.

Outra grande conquista foi a ampliação da vacinação contra o HPV. O imunizante começou a ser aplicado no DF em adolescentes entre 13 e 15 anos. Nos últimos dois anos, a cobertura vacinal passou a contemplar mulheres com até 18 anos, para, em seguida, chegar aos 26 anos. “Um excedente de vacinas ainda possibilitou a vacinação de mulheres de até 45 anos por quase 15 dias, neste ano”, comenta Camila.

Pré-natal personalizado

O programa de triagem de gestantes, realizado nas unidades básicas de saúde (UBSs), é um dos grandes diferenciais da rede pública de saúde do DF no tratamento às futuras mamães. “Acolhemos a mulher que desconfia ou tem certeza de estar grávida da mesma forma: fazendo um aconselhamento quanto à importância do pré-natal”, afirma Camila.

Confirmada a gravidez, as mulheres passam por um teste rápido de sangue. O exame é usado para indicar a presença de possíveis doenças infecciosas como citomegalovírus, HIV ou HTLV, que podem complicar de alguma forma a gestação. “Assim, o acompanhamento pode ser voltado para as necessidades específicas de cada gestante”, conta Camila.

Em abril, o governo devolveu às mulheres do DF os serviços de ginecologia e obstetrícia do Hospital Regional da Asa Norte (Hran). Por dois anos, o espaço ficou voltado exclusivamente para o atendimento de gestantes com covid.

“Durante o período mais crítico de pandemia, o HMib (Hospital Materno Infantil de Brasília) e o HUB (Hospital Universitário de Brasília) ficaram sobrecarregados. Mas foi importante ter o Hran como referência para o atendimento de grávidas infectadas pelo coronavírus”, avalia Camila.

A equipe do HRan voltou a realizar cerca de 250 partos por mês. Além disso, o hospital está retomando as cirurgias eletivas ginecológicas (histerectomia por outras enfermidades que não seja câncer, laqueadura, endometriose). “Estamos promovendo uma força-tarefa para avançar com celeridade na lista de espera”, garante Camila.

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