15/06/2022 às 19:22

Idosos debatem retomada da vida pós-isolamento social no Gama Oeste

Em três encontros semanais, Centro de Convivência e Fortalecimento de Vínculos da região administrativa faz reflexões sobre os reflexos da covid-19

Por Agência Brasília* | Edição: Carolina Lobo

Promover debates sobre as experiências vividas durante o isolamento social por conta da covid-19 e a retomada das atividades presenciais são os objetivos do projeto Celebrar a Vida, desenvolvido pelo Centro de Convivência e Fortalecimento de Vínculos (Cecon) Gama Oeste com adultos e idosos. A unidade é gerida pela Secretaria de Desenvolvimento Social (Sedes).

São três encontros semanais em formato de bate-papo para que o grupo – formado em sua maioria por idosas – possa falar sobre como foi o período de isolamento por causa da pandemia, o que ele sentiu, como era antes e as perspectivas nessa volta ao convívio social.

“O isolamento é uma característica muito presente no público que é atendido aqui na unidade, mais do que questão financeira. Então, eles sentiram muito esse afastamento da família, dos netos, dos amigos aqui do Cecon. E eles não tinham parado ainda para refletir sobre esse momento. Mas a ideia principal desse percurso é oferecer esse espaço para falar sobre perspectivas de futuro, de retomada da vida e como o Cecon pode estimular isso”, conta o educador social Rodrigo Rocha, responsável pelo grupo de idosos que participa do percurso Celebrar a Vida, como são chamados os projetos desenvolvidos nos Cecons.

Segundo o educador, um dos eventos mais aguardados pelos frequentadores da unidade é a tradicional festa junina, que não é realizada há dois anos. A festa está marcada para o dia 1º de julho. “Durante a pandemia, nós mantivemos o trabalho com eles essencialmente por telefone. Tivemos dificuldade de implementar esse atendimento online, porque muitos não têm celular ou não têm afinidade com a tecnologia para fazer a videochamada. Então, essa volta dos encontros presenciais foi muito importante para eles”, relata. “Nosso público gosta de atividades de mais interação, com dança, música. Eles pediam muito a volta da festa junina, estamos organizando até quadrilha”, destaca Rodrigo.

Cecon Gama Oeste

Atualmente, o Cecon Gama Oeste atende 164 pessoas do chamado grupo intergeracional, composto por adultos e idosos, a partir dos 18 anos de idade. A unidade também atende 26 crianças e adolescentes entre seis e 15 anos de idade.

“Nosso grupo tem muitas idosas, e elas sentiam falta de conversar com a gente, de conversar entre elas. Muitos dos nossos idosos moram sozinhos. O objetivo desse percurso é proporcionar a eles esse momento de reflexão, de troca de experiências e, ao mesmo tempo, fortalecer vínculos”, explica a chefe do Cecon Gama Oeste, Rosana Benício.

“São vários projetos realizados ao longo do ano com temáticas diversas, com esse objetivo de prevenir situações de risco social por meio do fortalecimento do vínculo do cidadão com a comunidade onde ele vive”Mayara Noronha Rocha, secretária de Desenvolvimento Socialdireita

O retorno, segundo a gestora, foi positivo. “Nós retomamos em grupos menores, adotando todas as medidas de segurança por causa da covid-19. Tivemos que nos adaptar também. Elas ficaram felizes de poder voltar a frequentar o Cecon e estão muito animadas para a nossa festa junina.”

Cecons

Em Brasília, são 16 Centros de Convivência de execução direta da Sedes, além dos Centros de Referência de Assistência Social (Cras) que prestam o serviço e das entidades parceiras da secretaria.

Os bate-papos são estratégias utilizadas pelo Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos (SCFV) para incentivar reflexões sobre temáticas específicas e promover integração entre o público atendidos nas unidades.

“Esses bate-papos associados a culminâncias que têm o potencial de promover a convivência entre usuários, familiares e comunidades, como é o caso da festa junina, tem demonstrado ser uma estratégia eficiente para o alcance dos objetivos planejados para os grupos de adultos e idosos, principalmente, depois desse longo período de restrições devido à pandemia. A combinação dessas estratégias tem possibilitado trocas de experiências e a detecção de necessidades e motivações individuais e coletivas, habilidades, talentos e potencialidades para novos projetos de vida, além, é claro, de promover a convivência entre eles”, reforça o diretor de Convivência e Fortalecimento de Vínculos da Sedes, Clayton Andreoni Batista.

O trabalho que é realizado nos Centros de Convivência é organizado em grupos, por faixa etária, com o desenvolvimento das atividades de acordo com as necessidades de cada fase de vida. “Com isso, viabilizamos a troca de experiências, conhecimentos e vivências. São vários projetos realizados ao longo do ano com temáticas diversas, com esse objetivo de prevenir situações de risco social por meio do fortalecimento do vínculo do cidadão com a comunidade onde ele vive”, complementa a secretária de Desenvolvimento Social, Mayara Noronha Rocha.

*Com informações da Secretaria de Desenvolvimento Social