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18/06/2022 às 12:39, atualizado em 18/06/2022 às 14:12
O atendimento à vítima depende de três informações básicas: qual substância foi ingerida, há quanto tempo e em qual quantidade. O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência ou o Corpo de Bombeiros devem ser acionados
Uma pessoa desorientada perto de uma cartela de remédios. Uma criança com sinais de enjoo ao lado de um produto de limpeza. O cenário de uma intoxicação pode variar tanto quanto os sintomas, que vão desde uma simples dor de cabeça até a perda de consciência. Prestar socorro eficiente à vítima exige rapidez e precisão.
Por ano, o Centro de Informação e Assistência Toxicológica (CIATOx), ligado ao Samu, atende uma média de quatro mil casos de intoxicação
Nada de dar leite, forçar o vômito ou obrigar a pessoa a beber água. O melhor a se fazer diante de uma de intoxicação é ligar para o Samu (192) ou para o Corpo de Bombeiros (193). As respostas para três perguntas básicas são fundamentais para um atendimento preciso: qual foi a substância ingerida; há quanto tempo; e em qual quantidade.
“Cada substância ingerida tem um protocolo específico de ação”, explica a médica toxicologista do Centro de Informação e Assistência Toxicológica (CIATOx), Andréa Amoras Magalhães. “Na tentativa de fazer a vítima melhorar, a pessoa pode tomar alguma medida que aumente ainda mais a intoxicação”, alerta.
O leite, em determinadas situações, aumenta a absorção da substância tóxica. A água pode potencializar os danos causados pela ingestão de alguns tipos de produtos químicos. “E se a vítima tiver engolido solvente, gasolina ou tinner, o melhor é não vomitar – além de machucar o estômago, vai acabar lesionando outros órgãos”, afirma Andréa.
Apenas um médico para saber o que pode ser feito diante da ingestão de produtos tóxicos. “Lavagem gástrica, uso de carvão ativado, hemodiálise… O tratamento vai depender do grau intoxicação e da substância consumida pela vítima”, informa Andréa.
Disponível 24 horas por dia, o CIATOx é um serviço de telemedicina ligado ao Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). São 32 unidades espalhadas por todo o Brasil. Ao entrar em contato pelo número 0800-6446774, o usuário é transferido para o centro mais próximo. Por ano, são atendidos uma média de quatro mil casos de intoxicação.
Principais causas
Em adultos, as intoxicações costumam envolver abuso de drogas (lícitas ou não) ou uso descontrolado de medicamentos. Já em crianças, o contato com substâncias tóxicas costuma ser acidental, causado principalmente por produtos de limpeza ou medicamentos.
Acontece que os pequenos observam um adulto tomando remédio ou ficam encantados por uma embalagem colorida na área de serviço e, por curiosidade, decidem experimentar seu conteúdo. “Casos de intoxicação infantil geralmente envolvem descuido do tutor”, alerta o bombeiros militar Estevão Gabriel Aguiar.
Além de conversar com a criança, o socorrista aponta para a importância de manter medicamentos e produtos de limpeza longe do alcance. “Além disso, brinquedos sem certificação do Inmetro [Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia] podem conter substâncias tóxicas”, observa.