20/06/2022 às 07:03, atualizado em 20/06/2022 às 08:33

Governo assegura tratamento especializado a hemofílicos

O FHB funciona como centro de referência de doenças hemorrágicas. Além dos consultórios, pacientes são atendidos por equipe multidisciplinar

Por Rafael Secunho, da Agência Brasília | Edição: Carolina Lobo

Conhecido e usado por muitos brasilienses para a doação de sangue, a Fundação Hemocentro de Brasília (FHB) é referência para o tratamento de uma doença rara e congênita: a hemofilia – um mal que afeta a coagulação do sangue do portador e que leva até a unidade pacientes de 0 a 80 anos, quase que diariamente.

Lá, funciona um centro de referência de coagulopatias hereditárias – um espaço especializado em doenças hemorrágicas que inclui ainda a doença de Von Willebrand e outras menos conhecidas.

Wanderson Nascimento diz: “Para mim, esse centro é um exemplo de como a saúde pública deve ser no Brasil”

Além dos consultórios, os pacientes são atendidos por uma equipe multidisciplinar (leia abaixo), em um modelo de atenção completa. Exames laboratoriais e uma farmácia também são disponibilizados neste centro de referência.

“No passado, era assim: o paciente tinha que sangrar primeiro para depois receber uma assistência. Hoje em dia nós temos o programa de profilaxia para que ele nem venha a sangrar, que envolve fisioterapeutas, odontólogos e outros profissionais”, explica o médico hematologista Rodolfo Firmino.

Os remédios para a coagulopatia são mantidos em uma câmara fria com temperatura de 3ºC a 6ºC, no subsolo da unidade. Os hemofílicos retiram na farmácia e levam para casa.

“Os pacientes passam por uma consulta com o médico e retiram a medicação conosco. Dispensamos o medicamento que dura cerca de um mês”, explica o farmacêutico Rafael Ferreira. “O remédio é obrigatório para evitar intercorrências como os sangramentos. Proporcionam qualidade de vida e saúde para a pessoa, evitando até mesmo que ele vá parar em um hospital”, diz.

Tratamento para uma vida normal

Para uma doença que não tem cura, as visitas ao ambulatório seguem por anos e até décadas. Segundo lembra Rodolfo, se cria inclusive um apego com muitos pacientes e permanece o cuidado constante em busca de uma vida normal.

“No caso de crianças, por exemplo, nosso trabalho diário é para que consigam brincar, praticar atividade física, jogar seu futebol e estar no playground. E toda essa estrutura tem funcionado muito bem”, finaliza o hematologista.

Serviço
Ambulatório de coagulopatias hereditárias

→ Estrutura
Espaço amplo com três consultórios médicos e uma sala de infusão; consultório psicológico e odontológico, estúdio de fisioterapia, farmácia, sala de enfermagem e de assistência social
→ Atendimento ambulatorial
De segunda a sexta-feira (exceto feriados), das 7h às 18h.
Necessário agendar pelos telefones (61) 3327-1671 ou (61) 3327-4423, ou pelo WhatsApp (61) 99140-0173.

Governo assegura tratamento especializado a hemofílicos