23/06/2022 às 16:27, atualizado em 23/06/2022 às 17:16

Jornada Zero Violência contra Mulheres e Meninas faz caminhada em Ceilândia

No encerramento da 5ª edição do programa, integrantes e voluntários da Secretaria da Mulher distribuíram cartazes de conscientização para os comerciantes locais

Por Kamila Farias, da Agência Brasília | Edição: Saulo Moreno

Uma caminhada pelo comércio de Ceilândia encerrou, na manhã desta quinta-feira (23), a edição do programa Jornada Zero Violência Contra Mulheres e Meninas na cidade. Integrantes e voluntários da Secretaria da Mulher, pasta idealizadora do projeto, distribuíram cartazes para serem afixados nos comércios, com os endereços e telefones dos equipamentos da rede de enfrentamento à violência de gênero.

A subsecretária Irani Storni reforça: “Não queremos negociar e diminuir a violência, queremos zerar”

A subsecretária de Enfrentamento à Violência, Irina Storni, explica que a população não tem conhecimento desses equipamentos, por isso, em parceria com o Fundo de Populações da ONU (Unfpa), foi criado o programa Jornada Zero Violência Contra Mulheres e Meninas. “Afixamos cartazes no comércio para que toda a população tenha conhecimento de onde encontrar esse apoio. Caminhamos de comércio em comércio para fazer esse trabalho de conscientização. Não queremos negociar e diminuir a violência, queremos zerar”, ressalta Irina Storni.

O gerente Ademar de Moraes considera que a luta contra a violência é dos homens e mulheres: “O ser humano tem que se conscientizar e acabar com a violência”

Ademar de Moraes, 37 anos, é gerente de uma loja de calçados no centro de Ceilândia e recebeu a comitiva de forma acolhedora. “Violência contra a mulher é algo que nunca deveria existir. Na verdade, homem e mulher têm que entrar nessa luta. O ser humano tem que se conscientizar e acabar com a violência”, defendeu o gerente.

Jonelice Vieira, que chegou à casa com depressão, hoje se considera outra pessoa e participa das campanhas com muita animação

A doméstica Jonelice Vieira, 63 anos, também é frequentadora da Casa da Mulher Brasileira e estava entregando os cartazes pela rua com muita animação. “Minha vizinha conseguiu resolver o problema dela lá na casa e me levou para tentar me ajudar a resolver os meus. Gosto muito do trabalho que é oferecido lá. Cheguei com depressão e hoje já sou outra pessoa. Agora ajudo com muito carinho”, informa Jonelice Vieira.

Semana de ações

Nesta semana, Ceilândia recebeu diversas atividades do programa Jornada Zero. O primeiro encontro foi na segunda-feira, (20), na Casa da Mulher Brasileira, com a apresentação do projeto. Na terça-feira (21), equipe da Secretaria da Mulher caminhou pela região para apresentar os equipamentos da rede de enfrentamento à violência de gênero à comunidade.

Na quarta-feira (22), representantes da regional de ensino de Ceilândia participaram das atividades em um bate papo na Casa da Mulher Brasileira. O encontro, conduzido pela psicóloga Iêda Santana, foi feito para destacar a importância do engajamento da comunidade no combate à violência de gênero. A ideia foi de reforçar o papel das escolas e dos educadores para a identificação e para a prevenção da violência doméstica e familiar, para que sejam multiplicadores de informações sobre a rede de apoio e de enfrentamento a este tipo de crime, além de orientar a comunidade sobre onde encontrar ajuda, denunciar e buscar ajuda.

Ainda na quarta, servidores da administração regional se reuniram para falar sobre masculinidade tóxica, sobre a responsabilidade dos homens quando o assunto é violência de gênero e para discutir soluções para o machismo. Eles assistiram à palestra do psicólogo Luiz Henrique Aguiar, coordenador do Centro Especializado de Atendimento à Mulher (Ceam) da 102 Sul.

Jornada Zero Violência Contra Mulheres e Meninas faz caminhada em Ceilândia