30/06/2022 às 17:00, atualizado em 30/06/2022 às 20:30

DF multiplica as inspeções domiciliares para eliminar a dengue

Já são 1,7 milhão de imóveis vistoriados em 2022, onde estão 90% dos ovos do mosquito Aedes aegypti. Mais de 1,3 mil agentes comunitários estão nas ruas para orientar a população

Por Agência Brasília* | Edição: Saulo Moreno

A Secretaria de Saúde (SES) já inspecionou 1,7 milhão de lares no Distrito Federal em busca de focos do mosquito Aedes aegypti. São mais de 1,3 mil agentes comunitários de saúde distribuídos por todas as regiões do DF com o objetivo de orientar a população, identificar e eliminar os pontos de reprodução.

“Nossos agentes de saúde fazem um trabalho de instrução da população e correção de qualquer possível foco do mosquito, mas a população deve estar atenta a fatores que são propícios à proliferação do mosquito, como o acúmulo e descarte incorreto de lixo doméstico”Divino Valero, subsecretário de Vigilância à Saúdeesquerda

“Este ano nosso trabalho foi potencializado com a contratação de mais 500 agentes de saúde que vão ajudar muito. O objetivo das visitas domiciliares é a questão educativa da população e também a corretiva, com a aplicação de produto para eliminar os focos encontrados”, explica o subsecretário de Vigilância à Saúde, Divino Valero.

De acordo com ele, cerca de 90% dos ovos do mosquito Aedes aegypti estão dentro das residências. Conforme o último Boletim Epidemiológico, de janeiro a junho deste ano foram registrados 55.063 casos prováveis de dengue.

“Nossos agentes de saúde fazem um trabalho de instrução da população e correção de qualquer possível foco do mosquito, mas a população deve estar atenta a fatores que são propícios à proliferação do mosquito, como o acúmulo e descarte incorreto de lixo doméstico”, completa Divino.

Além das visitas domiciliares, a SES conta com outras ações para eliminar o mosquito transmissor da dengue, zika e chikungunya. Entre elas, destaca-se a borrifação espacial.

“Este ano, 2,5 milhões de imóveis já foram contemplados com a borrifação em todas as regiões administrativas do Distrito Federal, além de 358 mil depósitos que precisaram ser tratados”, contabiliza o subsecretário. Segundo ele, as equipes utilizam uma metodologia criteriosa para a aplicação do produto, que é adquirido pelo Ministério da Saúde.

“Essa é uma das ações mais eficientes no combate ao Aedes Aegypti, juntamente com o cuidado que cada cidadão pode ter dentro de casa”, completa Divino Valero.

O fumacê, como é popularmente conhecido, atinge uma área de mais de 2 mil imóveis por aplicação. O produto é borrifado no final do dia e durante a madrugada, quando há menos corrente de vento e melhor aproveitamento do serviço.

Outras medidas estratégicas estão sendo desenvolvidas, como é o caso da parceria com a Secretaria de Educação. “Estamos levando a educação para dentro das escolas públicas. Assim, as crianças e jovens serão nossos ‘agentes’ em suas casas. Eles terão um olhar crítico em seus lares e podem levar essas instruções para o resto da vida”, ressalta o subsecretário.

Importância da prevenção

É necessário que a população não se esqueça de reforçar os cuidados em casa, como limpar e esvaziar os pratos dos vasos de plantas, além de manter as caixas-d’água, cisternas e outros recipientes de armazenamento d’água bem fechados.

Outra recomendação é evitar deixar garrafas e pneus em locais onde possam acumular água. “O mosquito Aedes aegypti voa 1 m de altura e costuma estar presente em lugares mais escuros da casa, como quarto e cozinha. Então, abra as cortinas e as janelas”, reforça Divino Valero.

Para aqueles que não escaparam do mosquito, o coordenador de Atenção Primária da SES, Fernando Erick Damasceno, explica que 80% dos casos de dengue são resolvidos sem a necessidade de internação hospitalar.

“A Atenção Primária faz o acolhimento e atua nos casos suspeitos com diagnóstico clinico-epidemiológico. Depois dessa avaliação, passamos para a hidratação e manutenção adequada, favorecendo o melhor prognóstico do paciente com dengue”, explica Fernando Erick. “Esse manejo clínico é o mais importante. É o que chamamos de ‘hidratação adequada em tempo oportuno’, que evita que os casos fiquem mais graves”, acrescenta.

*Com informações da Secretaria de Saúde do DF