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04/10/2022 às 16:13
Mais de 2,3 mil transplantes foram realizados no Distrito Federal desde 2019; campanha Setembro Verde conscientiza população sobre importância de doação de órgãos
Brasília, 1º de setembro de 2022 – A vida do coordenador de projetos de telecomunicações José Gilson de Freitas, 47 anos, seria bem diferente se não fosse pela doação de um rim por parte da irmã mais nova. Portador da doença autoimune Nefropatia por IgA, que ataca o sistema renal, ele enfrentava longas sessões de hemodiálise e precisava ingerir diversos medicamentos. Com a doação, hoje, não precisa mais do tratamento e vive com muito mais qualidade.
A diretora da CET-DF, Daniela Salomão, afirma que o sistema facilita o encontro entre as partes. “Existem muitas pessoas precisando de transplante, mas poucos doadores. Se não tivermos um sistema organizado e auditável para que seja justo dentro das normas técnicas existentes, teremos problemas, até porque a família que doa precisa acreditar nos critérios para a escolha do paciente e, em alguns casos, até provar judicialmente o transplante”, explica.
De acordo com Daniela Salomão, a pandemia do novo coronavírus atrapalhou a doação pela falta de conhecimento sobre o vírus e também pelo risco elevado de infecção. “Restringimos os doadores e tivemos o cuidado adicional de testagem, o que aumentou a complexidade do processo de doação. O número de doadores caiu, enquanto a lista de pacientes seguiu crescendo”, completa.
Mais conhecimento, mais doações
A doação de órgãos, ainda em vida ou após o falecimento, precisa ser um assunto debatido coletivamente. “Na doação após a morte, quando não há essa conversa com a família, o processo é muito mais complicado. A família já está vivendo o luto e ainda tem que lidar com a decisão sem conhecer o interesse do paciente. Muitas acabam recusando a doação”, alega Daniela Salomão.
Neste semestre, a campanha Setembro Verde, realizada anualmente, incentiva a conscientização sobre o tema, tendo em vista facilitar o processo em caso de necessidade. “A chance de precisarmos de um transplante é muito maior do que sermos doadores um dia. Se um dia eu precisar, gostaria que alguém me doasse. Da mesma forma, estou disposta a ajudar alguém doando também”, finaliza a especialista.