07/10/2022 às 08:29, atualizado em 11/10/2022 às 10:09

Com 950 mil árvores frutíferas de 35 espécies, DF é pomar a céu aberto

De acordo com a Novacap, a arborização da cidade segue o relatório de Lucio Costa; mangueira e jaqueira estão entre as espécies mais comuns na capital federal

Por Adriana Izel, da Agência Brasília | Edição: Chico Neto

Um pomar a céu aberto. Assim a capital federal pode ser definida. São 950 mil árvores frutíferas de 35 espécies plantadas pela Companhia Urbanizadora da Nova Capital (Novacap) por todo o Distrito Federal. A plantação segue o plano de arborização originalmente previsto no relatório do urbanista Lucio Costa.

Arte: Agência Brasília

Direto do pé

Moradora do Cruzeiro, a estudante de fisioterapia Venerilde Bispo, 37 anos, conta que costuma colher mangas no período em que as árvores produtoras da fruta ficam recheadas. “Gosto de pegar porque dá para comer verde com sal, não é uma fruta que apodrece; acho muito gostoso”, afirma.

No ano passado, enquanto estava grávida, a estudante foi às ruas para garantir uma jaca na Avenida das Jaqueiras. “Foi a primeira vez que peguei uma jaca direto do pé”, conta. “Eu tive desejo, então peguei para comer”. Para ela, viver em uma cidade repleta de árvores frutíferas é um privilégio: “É muito importante, não só pelas frutas em si, mas pelo bem que as árvores trazem para o ambiente”.

A aposentada Maria Dalva Ferreira, 65, lembra que tinha o hábito de comer as mangas que nasciam nas árvores da rua em que vivia, no Lago Sul. Agora, morando no Cruzeiro, ainda não teve essa oportunidade. “Mas vejo o pessoal sempre colhendo; acho lindo poder ver as frutas nascendo”, diz.

Importância das frutas

O hábito do brasiliense de consumir as frutas disponíveis no pomar a céu aberto do Distrito Federal se mostra importante também para a saúde. “O primeiro ponto é por se tratar de uma produção natural”, avalia a nutricionista Carolina Gama, da Secretaria de Saúde (SES). “É uma fruta sem agrotóxicos, sem defensivos químicos. São frutas que respeitam a sazonalidade. Outro ponto é a questão do regionalismo. Muitas das árvores fazem parte do ecossistema do cerrado. Isso valoriza a cultura alimentar regional”.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda o consumo de 400g de frutas e hortaliças por dia, o que representa cerca de cinco porções. O baixo consumo de frutas aumenta o risco de desenvolvimento de doenças crônicas não transmissíveis, como obesidade, pressão alta, câncer e diabetes. “A nossa alimentação deve ser baseada em alimentos in natura e minimamente processados, e as frutas entram nessa categoria”, ressalta a nutricionista. “São ricas em fibras, vitaminas, minerais e compostos bioativos que favorecem o funcionamento do nosso corpo”.

Com 950 mil árvores frutíferas de 35 espécies, DF é pomar a céu aberto