18/10/2022 às 20:10

Dengue deixa de ser doença sazonal e afeta saúde pública o ano todo

Governo investe em ações preventivas, mas convoca população para eliminar o mosquito Aedes aegypti. Residências abrigam 97% dos criadouros

Por Agência Brasília* | Edição: Rosualdo Rodrigues

O período chuvoso está previsto para começar no Distrito Federal depois do dia 20 de outubro e acende o alerta: o cuidado com o mosquito Aedes aegypti e as doenças que podem ser causadas por ele, como dengue, zika, chinkungunya e febre amarela. Para evitar o aumento de casos de dengue no DF – que registrou só neste ano mais de 66 mil casos –, a Secretaria de Saúde intensificou atividades educativas, vistorias dos agentes de vigilância em saúde e pulverização de inseticida.

Vasos de plantas e tonéis de plástico são potenciais criadouros do mosquito e são focos muito observados pelos agentes durante as inspeções

“Também estamos executando vários manejos ambientais, a fim de retirar o máximo possível de futuros criadouros de mosquitos e, até mesmo, evitar a proliferação de animais peçonhentos (escorpiões e aranhas) e sinatrópicos (baratas, carrapatos, etc.). Além disso, estamos dando prioridade para o atendimento das ouvidorias de todas as demandas registradas”, explica o gerente de Ações de Campo da Vigilância Ambiental, Edi Xavier.

Além disso, os agentes de vigilância ambiental estão testando as armadilhas e fazendo uso da tecnologia de georreferenciamento das localidades que estão com maior ou menor infestação de mosquitos.

Alerta do cotidiano

O diretor de Vigilância Ambiental em Saúde, Jadir Costa Filho, destaca que vasos de plantas e tonéis de plástico são potenciais criadouros do mosquito e são focos muito observados pelos agentes durante as inspeções. “A população precisa fazer sua parte na guerra contra o mosquito. Olhar seu quintal, verificar os recipientes, já faz a diferença”, alerta.

Segundo ele, as vistorias não param, mesmo antes da chegada das chuvas. Ao eliminar a água de pequenos recipientes, remover pneus ou identificar fontes ornamentais nas residências, acaba-se com potenciais criadouros do mosquito quando chega a chuva. “Prevenir a dengue é responsabilidade de todos. A população precisa fazer sua parte e não deixar espaço para água parada”, aponta.

De janeiro até setembro de 2022, a Vigilância Ambiental visitou um total de 2.875.208 imóveis em todo o DF. Destes, 2.378.456 foram inspecionados e eliminados 531 mil possíveis depósitos do mosquito Aedes aegypti. Também foram inspecionados 5.932.269 depósitos, dos quais 5.415 das amostras foram positivas para o mosquito. Ao todo, são 1.200 profissionais atuando na Vigilância Ambiental, sendo 850 agentes que realizam as visitas em campo.

*Com informações da Secretaria de Saúde