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21/10/2022 às 16:16, atualizado em 21/10/2022 às 17:23
Plano Piloto e Gama são as regiões administrativas com maior adesão ao programa
“A preservação do bem público é uma questão de pertencimento” Roberto Andrade, secretário de Projetos Especiaisesquerda
O programa Adote Uma Praça já recebeu 277 propostas de adoção de espaços públicos entre o lançamento, em maio de 2019, e esta sexta-feira (21). Do total de envios, realizados por pessoas físicas e empresas, 61 já estão concluídos; 61 estão com reformas em andamento; e outros 91 em fase de análise pelas administrações regionais e Secretaria de Projetos Especiais do Distrito Federal (Sepe). As tratativas restantes foram negadas ou suspensas por não atenderem aos critérios definidos por decreto.
Conforme estipulado em decreto, o objetivo do programa é “qualificar, requalificar, embelezar e conservar os mobiliários urbanos e os logradouros públicos”, bem como “promover ações urbanas comunitárias para desenvolver o senso de pertencimento e a qualidade de vida da população local”. A adesão pode partir de empresas, com reformas em áreas próximas a empreendimentos – desde que não utilizem o espaço para promoção publicitária -, ou pessoas físicas.
É o caso da arquiteta Juliana Mendes, 38 anos, responsável pela adoção de um parquinho na 313 Sul junto a outros moradores. Em abril de 2019, uma outra moradora da quadra iniciou uma mobilização para reforma do local, que estava completamente abandonado. Muitos residentes, incluindo Juliana, aderiram à ideia e iniciaram um trabalho de repaginação.
“Como arquiteta, verifiquei junto à administração regional como fazer a reforma, e foi quando soube do programa Adote Uma Praça”, relembra ela. Com o projeto aprovado, os moradores compraram novos brinquedos, reformaram o alambrado do parquinho e trocaram areia, com apoio de funcionários da administração.
Melhorias para todos
Em outubro do mesmo ano, após seis meses de trabalho intenso, o parquinho foi reinaugurado e novas demandas surgiram. “Foi o pontapé inicial para uma série de melhorias na praça, que estava abandonada, e agora é um lugar vivo, com muitas crianças”, conta Juliana.
A adoção permitiu a compra de cinco brinquedos para as crianças, como escorregadores e balanços, instalados dentro do parquinho infantil, além de uma mesa de pingue-pongue, uma mesa de xadrez e golzinhos para futebol. As aquisições tiveram custo superior a R$ 35 mil, obtido por arrecadação coletiva entre os prédios da quadra.
Os amigos Filipe Alves, 25 anos, e Breno Biank, 26, não moram na quadra, mas consideram a mesa de pingue-pongue como a melhor parte da praça. Ambos trabalham como motoboys de terça-feira a domingo, e, sempre que têm uma pausa entre uma entrega e outra, estão jogando e se divertindo no espaço público.
“A gente viu ela de longe, e foi amor à primeira vista”, revela Filipe, que, após descobrir o equipamento, comprou um par de raquetes e uma bolinha de pingue-pongue. Breno complementa: “É uma distração muito boa e do lado do trabalho; então, quando temos que sair, nosso chefe manda uma mensagem e vamos. Até ele já jogou com a gente”.