15/11/2022 às 12:50, atualizado em 15/11/2022 às 15:54

Festival retoma o formato presencial em noite de emoção e reencontros

Discurso de esperança, homenagens e filmes inclusivos na mostra competitiva marcaram a noite de abertura do 55º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro

Por Lúcio Flávio, da Agência Brasília | Edição: Rosualdo Rodrigues

Político, lírico e esperançoso. Assim foi o discurso do secretário de Cultura e Economia Criativa, Bartolomeu Rodrigues, na primeira noite da 55ª edição do Festival de Brasília do Cinema Brasileiro (FBCB), na noite de terça-feira (14), no Cine Brasília. A abertura da mostra foi uma noite de reencontros, retorno e celebração do novo.

No palco, a equipe de ‘Mato Seco em Chamas’: ambientado no Sol Nascente, filme de Joana Prudente e Adirley Queiróz abriu a mostra competitiva de longas

Mostra competitiva

Filmes inclusivos, marcados por um olhar especial, sensível e original para aqueles que vivem à margem da sociedade marcaram a noite de abertura da mostra competitiva do 55º FBCB. Coprodução mineira e potiguar, o drama Big Bang, de Carlos Segundo, trouxe como protagonista Chico, anão que ganha a vida consertando fogões e fornos e vê o destino lhe dar uma nova chance ao escapar ileso de um inusitado acidente de carro.

Big Bang é um marco na minha vida, primeiro protagonista que faço em 15 anos de carreira e um dos poucos personagens com dramaticidade, longe dos estereótipos cômicos que são acostumados a enxergar os corpos com nanismo”, destacou o ator Giovanni Venturini.

“Queria agradecer o (diretor) Carlos Segundo pela empatia, o filme é sobre os corpos que são invisibilizados na sociedade, então espero que Big Bang explode a cabeça de vocês para trazer mais protagonistas com deficiência para as telas de cinema”, desabafou Venturini.

O retorno presencial do público ao Festival de Brasília do Cinema Brasileiro emocionou muitas das pessoas que lotaram as 606 poltronas do Cine Brasília

Entre os habitués de longa data, estavam a pesquisadora Berê Bahia, entusiasta do evento e das produções realizadas na cidade. “Temos que tomar ainda as devidas precauções, por conta da covid, mas como estou feliz de ter voltado presencialmente”, confidenciou. “Aqui é o meu templo, o cinema é a minha religião e a tela do Cine Brasília o meu altar, com os técnicos e os artistas como santos”, se declara.

Diretora de Meu Nome É Gal, cinebiografia sobre uma das vozes mais marcantes do país – a cantora Gal Costa, recentemente falecida –, que deve estrear em 2023, Dandara Ferreira, filha do ex-ministro da Cultura Juca Ferreira, fala do reencontro com a mítica sala e marcante festival. “Gosto muito deste lugar, é um dos meus festivais preferidos, pela importância política, pela importância para o cinema brasileiro e estou muito feliz por estar de volta”, destaca.

Jovem diretor e produtor engajado com a cena cinematográfica de Brasília, João Paulo Procópio, atualmente morando em São Paulo, acredita que esta edição de número 55 do festival é um divisor de águas para a cultura brasileira. “Acho que esta retomada do público do Cine Brasília marca um reencontro da cultura bem importante”, observa. “A característica do Festival de Brasília é dialogar sobre as políticas culturais, um momento efervescente, com muita coisa acontecendo”, avalia.