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23/11/2022 às 18:16, atualizado em 23/11/2022 às 18:56
Ordem de serviço para a obra foi assinada nesta quarta-feira (23). Inicialmente, unidade de ensino atenderá 120 alunos
A reforma da segunda Escola Pública Integral Bilíngue Libras e Português Escrito está em andamento. A unidade funcionará no antigo clube da Associação de Assistência aos Trabalhadores em Educação do Distrito Federal (Asefe), na 912 Sul. A ordem de serviço que autoriza a obra foi assinada nesta quarta-feira (23), mas os trabalhos já estão em vigor desde 13 de outubro.
O secretário de Governo, José Humberto Pires, avalia que a unidade, devido à localização central, poderá atender estudantes de todo o DF, além de oferecer diferentes modalidades educativas. “Com essa área, podemos contemplar todas as atividades que uma escola bilíngue exige. Não só as aulas, mas a integração com as áreas de esportes, lazer e cultura”, explica ele.
“Estamos criando as condições para atender toda a comunidade escolar, especialmente aquelas que ainda não tinham sido contempladas com espaços e circunstâncias necessárias para o ensino”, complementa Pires.
A Escola Pública Integral Bilíngue Libras e Português Escrito é especializada no atendimento de estudantes surdos. A primeira unidade fica em Taguatinga e atende a cerca de 300 alunos. O ensino ocorre diretamente na Língua Brasileira de Sinais (Libras), sem presença de intérpretes.
“A abertura da segunda unidade da escola é um marco histórico no segmento. Era um sonho de muitos anos e que agora, graças à sensibilidade do nosso governo, está acontecendo”, celebra o secretário de Pessoa com Deficiência, Flávio Pereira dos Santos. “O foco nesta população começou com a criação da pasta, que agregou representatividade e construção de políticas públicas”, informa.
Para o coordenador do curso de Língua de Sinais Brasileira/Português como Segunda Língua da Universidade de Brasília (UnB), Messias Costa Ramos, 43 anos, trata-se de uma grande conquista para a comunidade. “Vários segmentos representantes e lideranças surdas lutaram por esse espaço, onde vai acontecer a educação, o esporte, a cultura, e, assim, a criança surda desde a mais tenra idade poderá adquirir Libras e se desenvolver enquanto pessoa surda”, conta.
Outras iniciativas
Na mesma data, a secretária de Educação anunciou a aquisição de óculos orCAM para aproximadamente 500 alunos cegos ou com baixa visão matriculados na rede pública de ensino. Os aparelhos, que serão doados aos estudantes para uso contínuo, inclusive fora da escola, têm uma câmera acoplada na haste e facilitam, por meio de inteligência artificial, a leitura de textos e identificação de cores e formas.
“É um investimento importantíssimo, que dá autonomia aos cegos. Conseguirão ler uma bula de remédios, sem ficar dependente da boa vontade de outras pessoas, escolher uma roupa conforme a cor, saber o valor de cédulas de dinheiro, identificar o rosto de pessoas e muito mais. É autonomia, é qualidade de vida”, explica Hélvia Paranaguá.
Para o representante da Associação Brasiliense de Deficientes Visuais, Igor Carvalho, 26 anos, a aquisição mostra o empenho governamental em atender as demandas da comunidade com deficiência. “A criação da escola para surdos e a notícia da compra dos óculos configuram um esforço do governo muito grande para uma minoria que necessita disso. É uma demonstração de que somos vistos”, pontua.
Também foi anunciado, pela secretária de Educação, a oferta do curso licenciatura de Libras na Universidade do Distrito Federal (UnDF) no próximo ano. “A partir do momento em que temos profissionais formados e licenciados, eles mesmos têm a possibilidade de ingressar nas redes estaduais de ensino. O DF está saindo na frente e em breve isso será apresentado para a população, mas a rede pública de ensino é a principal beneficiária da medida”, afirma a gestora.