18/01/2023 às 18:02, atualizado em 18/01/2023 às 20:14

Refugiados venezuelanos serão abrigados em casas temporárias

Secretaria de Desenvolvimento Social acompanha as famílias indígenas da etnia Warao Coromoto desde 2020

Por Agência Brasília* | Edição: Saulo Moreno

Dez casas abrigarão cerca de 150 pessoas de famílias refugiadas da Venezuela. Os indígenas da etnia Warao Coromoto, residentes no Distrito Federal desde 2020, serão acolhidos em estruturas temporárias instaladas nas redondezas de São Sebastião. Fruto de uma parceria entre a Secretaria de Desenvolvimento Social (Sedes) e a Acnur, a agência da Organização das Nações Unidas (ONU) para refugiados, e de outras agências humanitárias, as unidades oferecem mais dignidade, conforto, proteção e privacidade aos cidadãos.

Entre os espaços nas unidades que estão sendo montadas, está uma sala de estudos voltada às crianças que iniciam o ano letivo nos próximos meses

Outro acompanhamento diz respeito à garantia da segurança alimentar e nutricional. Inicialmente, eram disponibilizadas duas cestas emergenciais por mês. Com o tempo e por meio de ações articuladas de educação alimentar, verificou-se que o mais adequado era a inserção no Programa Prato Cheio. Antes da concessão do benefício, as famílias passaram por oficinas para aprenderem a lidar com o dinheiro recebido mensalmente. Elas já começaram janeiro com o cartão e podendo adquirir itens que, de fato, fazem parte da cultura alimentar delas. “Foi uma forma de empoderar, dar poder de compra e autonomia de escolha. Premissas do Prato Cheio”, enfatiza Ana Paula Marra.

As casas provisórias

A Acnur auxiliou com a doação das estruturas resistentes, principalmente, à ação das chuvas típicas desse período. A Sedes precisou viabilizar, dentro do Governo do Distrito Federal, o fornecimento de paletes, brita, uma parte da mão de obra e a preparação do terreno (poda de árvores, roçamento da grama). A ONU cuidou do deslocamento dos materiais até o local e da designação de uma engenheira para dar andamento à instalação, iniciada na semana passada.

As casas provisórias têm vida útil de cerca de três anos. Dessa forma, como direcionamento do próprio desenvolvimento social, a comunidade começa a pensar em outras formas de organização e é uma maneira de incentivar a autonomia.

“Já executamos projetos parecidos ao redor do mundo e no Brasil, por exemplo, em Roraima. Porém, com a efetiva participação e envolvimento da comunidade beneficiária, somente ocorreu aqui no DF”, conta o oficial de Proteção da Acnur, Pablo Mattos.

As unidades vão garantir um dormitório coletivo, uma sala de atividades voltada ao estudo das crianças que iniciam o ano letivo nos próximos meses e às atividades de artesanato das mulheres, um outro espaço fica como sede da Associação de Moradores já organizada, inclusive com CNPJ formalizado, bem como para atendimentos da equipe de saúde encarregada do monitoramento da comunidade.

Atualmente, as famílias já moram no terreno onde as casas estão sendo montadas, mas em outras estruturas. O local tem banheiros e já conta com instalações de energia e água.

*Com informações da Secretaria de Desenvolvimento Social