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10/02/2023 às 13:13, atualizado em 10/02/2023 às 15:52
Após anos suspensa pela pandemia, festa é retomada em evento no Parque da Cidade até domingo (12)
O Palácio do Buriti foi palco da celebração de Folia de Reis nesta sexta-feira (10). A tradicional festa está de volta ao calendário cultural do DF e foi elogiada pela governadora em exercício Celina Leão, com direito a cantoria e dança no Salão Branco.
“É uma alegria recebê-los aqui, gente de todos os cantos do país. Juntar cultura com fé é muito bonito. Precisamos preservar a paz, ser contra a violência, e vocês nos alegram trazendo luz para a nossa cidade”Celina Leão, governadora em exercíciodireita
A festividade no Palácio do Buriti ocorreu como forma de valorizar a cultura e comemorar esse retorno de grandes eventos no DF, como o 21º Encontro Nacional de Folia de Reis do Distrito Federal, que ocupa o Pavilhão do Parque da Cidade até domingo (12), com entrada franca.
“É uma alegria recebê-los aqui, gente de todos os cantos do país. Juntar cultura com fé é muito bonito. Precisamos preservar a paz, ser contra a violência, e vocês nos alegram trazendo luz para a nossa cidade”, disse Celina Leão.
O evento conta, inclusive, com aporte de R$ 800 mil do Fundo de Apoio à Cultura (FAC), da Secretaria de Cultura e Economia Criativa. Recurso destacado pelo titular da pasta, Bartolomeu Rodrigues. “Temos aqui todo o país representado na Folia de Reis, uma das mais autênticas manifestações artísticas de raiz ibero-americana, que não perde a sua originalidade. É uma tradição que toca no peito. É uma satisfação ver o dinheiro público aplicado na cultura raiz”, destacou Bartolomeu Rodrigues.
Segundo o idealizador do Encontro, Volmi Batista, o apoio do GDF é essencial para que a cultura seja difundida nos grandes centros. “Somos privilegiados de termos um dos maiores fundos de cultura do país. Graças a ele, a cultura popular pode ser mostrada. Manifestações populares dificilmente recebem recursos da iniciativa privada. Agora estamos desfrutando de um edital do FAC de 2021. Então, nós estamos comemorando a volta com tudo”, disse.
“Temos aqui todo o país representado na Folia de Reis, uma das mais autênticas manifestações artísticas de raiz ibero-americana, que não perde a sua originalidade. É uma tradição que toca no peito. É uma satisfação ver o dinheiro público aplicado na cultura raiz”Bartolomeu Rodrigues, secretário de Cultura e Economia Criativaesquerda
Segundo Volmi, a ideia de se fazer uma festividade no DF surgiu das demandas de um programa de música caipirinha que ele apresentava na Rádio Cultura. “As pessoas perguntavam se teria Folia de Reis em Brasília, então surgiu a ideia de reunir as folias nessa região, que é o centro de tudo. Temos Bahia, Minas Gerais e Tocantins muito próximos, então senti a necessidade de o DF ter a sua festa”, complementou.
Para a cantora e catirista Ivanildes Lopes, da Folia de Reis ao encontro do Messias, de Niquelândia (GO), a celebração ocupa um espaço importante na sua vida. “Folia de Reis, para mim, é fé. Uma de minhas filhas nasceu com uma promessa. Gosto dessa cantoria religiosa, da catira. Lá no interior mantemos firme essa tradição”, conta.
Sobre o evento
A festa, uma das mais importantes representações da cultura brasileira, terá apresentações sempre às 19h, com a participação de cerca de 600 foliões, divididos em 20 grupos que representam todas as regiões do Brasil.
A Folia de Reis é celebrada na religião católica para comemorar a visita dos três reis magos (Gaspar, Melchior e Baltazar) ao menino Jesus.
No interior do país, onde a Folia de Reis é tradição, os foliões costumam entrar na casa das pessoas para celebrar e fazer orações. Os moradores os recebem com alegria e mesa farta de comida. Para repetir a tradição, durante o fim de semana serão servidas 5,2 mil refeições aos participantes.
A festa é originária de Portugal, onde se chamava Festa Barulhenta. No Brasil, o barulho ganhou o nome de folia e se espalhou pelas cinco regiões, em cada uma delas absorvendo traços da cultura local. No Nordeste, os destaques são o Bumba Meu Boi e a Festa de Reisado, por exemplo, expoentes da cultura da região. No Centro-Sul, ela se torna a catira, tendo a viola caipira como principal instrumento.