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18/02/2023 às 17:00, atualizado em 23/02/2023 às 13:30
Axolote, cervo-do-pantanal, ariranha e ararajuba recebem tratamentos e ambiente ideais para que vivam em segurança e em condições adequadas para a reprodução
O que o cervo-do-pantanal, o axolote, a ariranha e a ararajuba, animais tão diferentes, têm em comum? Todos são espécies ameaçadas de extinção. O Zoológico de Brasília, que tem o objetivo de promover um ambiente adequado a animais em dificuldade de se manter no seu ambiente natural, possui algumas espécies ameaçadas e proporciona as condições adequadas para a reprodução destes indivíduos.
Perguntada sobre a expectativa de o Zoológico de Brasília conseguir um macho, o que tornaria possível a reprodução da espécie, Mariana respondeu: “Esse animal não pode ser criado com pet, então só chegam ao Zoológico por meio de apreensão do tráfico. Então, caso seja apreendido algum macho, a gente tem a expectativa sim de trazer para cá e começar um plano de conservação da espécie”, disse. Com sua carinha engraçada, o axolote é neotênico, que é quando o indivíduo mantém as características de larva, mesmo depois de chegar a fase adulta. Ele também tem a capacidade de se regenerar, caso perca alguma parte do corpo.
O chefe do Núcleo de Conservação e Manejo de Mamífero, o biólogo Eduardo Santos, disse que os dois estão integrados e são grandes as chances de reprodução. “A ideia não é só reproduzir, mas que os filhotes sejam reintroduzidos na natureza”, previu. O tempo de gestação de um cervo-do-pantanal é de nove meses e nasce apenas um indivíduo por vez.
Ararajuba
A bela ararajuba, que chegou a ser apontada como ideal para ser mascote do Brasil nas Olimpíadas por causa de suas penas amarelas e verdes, exatamente nas tonalidades da bandeira do Brasil, também é um animal em perigo de extinção na categoria “de vulnerabilidade”.
A chefe do Núcleo de Aves do Zoológico de Brasília, Ranne Karine dos Santos, explicou que a ararajuba é considerada hoje como vulnerável devido ao desmatamento e ao tráfico de aves. “Como ela é endêmica do Norte do País, o desmatamento e a urbanização em grande escala na região contribuem para a ameaça de sua extinção”, disse Ranne.
Os dois indivíduos existentes hoje no Zoológico de Brasília são machos e chegaram em 2013. Não há, portanto, uma fêmea que possibilite a reprodução. “Conseguimos esses indivíduos por meio de apreensões. Nós temos interesse em receber outros exemplares de ararajuba mas, dentre os nossos contatos em outros zoológicos, não há disponibilidade de animais para permuta”, explicou a chefe do Núcleo do Setor de Aves. A expectativa de vida da ararajuba na natureza é de 30 anos. “Como o impacto do desmatamento é grande, reflete na população desses animais”, previu. O Zoológico de Brasília segue cuidando da melhor forma possível das espécies ameaçadas para que as pessoas possam vê-las e aprender a importância de respeitar o direito de existir desses animais.