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07/03/2023 às 17:11
Atividade também contribui para a conservação ambiental, como mostrou o curso sobre meliponicultura promovido junto a moradores da Bacia do Descoberto pela Sema, com apoio do Projeto CITinova e parceria da Emater
Vinte e cinco produtores rurais, moradores da Bacia do Descoberto, aprenderam que a criação de abelhas nativas sem ferrão é uma opção para maior autonomia financeira. Eles participaram do curso Meliponicultura: Incremento de renda e conservação ambiental, que orientou sobre boas práticas de criação e manejo dessas abelhas (melipônias das espécies jataí e mandaguari) para a produção de mel e demais produtos derivados.
“A relação humana com o consumo de mel é antiga”, contou Carlos Antônio. Ele mostrou registros arqueológicos pré-históricos, do Egito Antigo e de culturas Maya e Azteca, de produção e consumo de mel.
O técnico destacou que os serviços ambientais prestados pelas abelhas sem ferrão (melipônias) representam ganhos financeiros para o país. Pela fecundação das flores, colaboram no aumento da produção de laranja (35%), maçã (30%), pêssego (50%), café (35%) e cucurbitáceas (melancia, maxixe, abóbora, melão – 80%). “Um terço da alimentação de humanos decorre da contribuição dos polinizadores”, afirmou Carlos Antônio.
Ele lembrou que os chacareiros cadastrados na Emater podem solicitar assistência técnica junto ao órgão para capacitação em meliponicultura ou outras práticas agrícolas sustentáveis.
“Sempre vejo muitas abelhas nas minhas plantas e não conhecia nada sobre elas. Voltei de lá totalmente apaixonada. Vou começar o cultivo de melipônias para o meu próprio consumo e para agregar valor aos meus produtos com plantas medicinais”Josefa Ataídes, agricultoraesquerda
A professora Rita de Cássia, conhecida como tia Maroca, tem 20 caixas de abelhas sem ferrão em casa e nove na escola de educação infantil em que trabalha. Ela introduziu a meliponicultura para falar de educação ambiental com as crianças: “Meu plano é fazer com que as crianças se motivem a criar abelhas e aprendam a cuidar e respeitar o meio ambiente”.
A agricultora e raizeira Josefa Ataídes, que comercializa chás terapêuticos, viu no curso uma oportunidade de agregar conhecimento e valor ao seu trabalho. “Sempre vejo muitas abelhas nas minhas plantas e não conhecia nada sobre elas. Voltei de lá totalmente apaixonada. Vou começar o cultivo de melipônias para o meu próprio consumo e para agregar valor aos meus produtos com plantas medicinais”, contou.
Na parte prática do curso, os participantes aprenderam sobre confecção de iscas para captura de colônias de abelhas sem ferrão, construção de um meliponário e transferência de colmeia da isca para caixa.
A assessora especial da Sema Patrícia Michelle Feliciano destacou que, durante as aulas práticas do curso, ficou claro para os participantes como o ambiente protegido favorece a meliponicultura e destacou também a importância de preservar as Áreas de Preservação Permanente (APPs) e Reserva Legal. “Os proprietários do meliponário Jardins de Mel, no Lago Norte, plantaram muitas espécies de plantas com floradas abundantes, um ambiente ideal para as abelhas trabalharem”, disse.
CITinova
O CITinova é um projeto multilateral que oferece soluções tecnológicas, metodologias e ferramentas de planejamento urbano. Ele é realizado pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI), com apoio do Fundo Global para o Meio Ambiente (GEF, na sigla em inglês), implementação do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma) e execução da Sema, em parceria como Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE).
*Com informações da Sema