13/03/2023 às 17:41

Catetinho reabre parte histórica nesta terça-feira (14)

A retomada será apenas do Palácio de Tábuas e do Anexo. A área de mata ainda fica interditada para podas

Por Agência Brasília* | Edição: Carolina Lobo

O Museu do Catetinho será reaberto nesta terça-feira (14) para a retomada de trabalhos de educação patrimonial com alunos de escolas públicas e particulares e para receber visitantes em geral. O equipamento da Secretaria de Cultura e Economia Criativa (Secec), fundado em 1956 e primeira residência oficial do então presidente Juscelino Kubitschek em Brasília, ficou 72 dias fechado em razão de queda de uma árvore que destruiu a Casa do Zelador, edificação história que não era tombada.

O secretário de Cultura e Economia Criativa, Bartolomeu Rodrigues, destaca a necessidade de interdições temporárias do local: “O Catetinho é um espaço muito vulnerável e delicado. Então, essas interdições temporárias e periódicas precisarão acontecer se quisermos cuidar bem de um equipamento histórico com essas peculiaridades”.

“O Catetinho, a rigor, está em constante reforma, em constante restauro, porque é um espaço que necessita de um olhar aguçado, cuidadoso, 24 horas por dia. É um palácio de tábuas no meio de uma pequena floresta. Estamos sempre preocupados com a importância histórica do espaço, tanto quanto com o conforto e a segurança dos visitantes”, observa.

“O Catetinho é um espaço muito vulnerável e delicado. Então, essas interdições temporárias e periódicas precisarão acontecer se quisermos cuidar bem de um equipamento histórico com essas peculiaridades”Bartolomeu Rodrigues, secretário de Cultura e Economia Criativadireita

A reabertura do Catetinho será apenas do Palácio de Tábuas e do Anexo – onde fica a cozinha -, projetados por Oscar Niemeyer. O público não terá acesso à parte recreativa, junto ao curso de água, onde há necessidade de podas para garantir a segurança das pessoas. O museu encontra-se na Área de Proteção Ambiental (APA) Gama e Cabeça de Veado, com um trecho de mata de galeria preservado.

A Defesa Civil isolou esta área e solicitou laudo das espécies próximas a 25 metros das edificações. A situação exigiu o planejamento de ações em etapas. Já houve a retirada da árvore caída e dos escombros da Casa do Zelador. Num segundo momento, engenheiros florestais da Novacap inspecionaram a gleba, o que resultou em laudo que pede novas podas na área. Na lista estão espécies protegidas como patrimônio ecológico, o que torna o trâmite mais demorado.

Educação patrimonial

Nesta terça (14), 53 alunos da Escola Internacional de Curitiba chegam a Brasília, acompanhados de dez responsáveis, para fazer uma visita de estudos no Catetinho, trabalho que uma empresa de São Paulo oferece a escolas particulares. “A educação patrimonial é essencial na preservação do patrimônio cultural. Ações como esta, com as escolas nos museus, estimulam nos estudantes novas perspectivas sobre a história do país e da memória nacional”, comenta a gerente do Catetinho, Artani Pedrosa. “A visita desses estudantes com certeza vai impactar a vida de cada um; eles terão um entendimento melhor da história e vão conhecer em que circunstâncias Brasília foi construída”, complementa o secretário de Cultura.

Na semana que vem, serão retomados os trabalhos de educação patrimonial previstos no projeto Territórios Culturais – parceria da Secec com a Secretaria de Educação (SEE). Já há 35 escolas agendadas até meados de 2023. A iniciativa de estado prevê visitas também a locais como Museu Nacional da República, Museu Vivo da Memória Candanga, Conjunto Cultural Três Poderes, Memorial dos Povos Indígenas e Cine Brasília.

A liberação do restante da área do Catetinho depende do corte de árvores isoladas, o que ocorre segundo trâmite regulado pelo Decreto nº 39.469/2018, em uma operação do Brasília Ambiental, autarquia vinculada à Secretaria de Meio Ambiente e Proteção Animal (Sema).

Devido às especificidades e fragilidades das edificações do Museu do Catetinho, bem como às características que envolvem a APA, toda movimentação de manutenção e intervenção no local exige o trabalho conjunto de órgãos distritais (Novacap, Brasília Ambiental, Corpo de Bombeiros, Defesa Civil) e do Iphan, que é federal.

*Com informações da Secretaria de Cultura e Economia Criativa