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02/04/2023 às 17:23, atualizado em 02/04/2023 às 18:52
Conheça os servidores que tiveram trabalhos selecionados para o Filmaê, evento em cartaz de 25 a 28 de maio
A principal característica do festival Filmaê – de 25 a 28 de maio, no Espaço Cultural Renato Russo, na Asa Sul – é a democratização do cinema. Direcionado à criação de filmes que utilizam exclusivamente dispositivos móveis em suas produções, como celulares e tablets, o festival seleciona trabalhos com até 15 minutos de duração de brasileiros ou estrangeiros que vivam há pelo menos dois anos do Brasil.
Entre as produções, três curtas de servidores do GDF sobre protagonismo e superação social chegaram à final para receber o troféu do festival, que está em sua terceira edição em 2023. Integrante da Secretaria de Desenvolvimento Social (Sedes), o jornalista Ádamo Dan, 40, é um desses servidores.
“A gente busca a excelência no trabalho, mas é muito importante contar a história” Ádamo Dan, servidor direita
“Contar a história te faz parte dela”, afirma Ádamo, produtor dos curtas Vai. Você consegue. Você é capaz e Mães da assistência social: quando amar supera todos os limites. “Trabalhei com jovens, crianças e idosos, sempre ouvindo muitas histórias de superação e pensando: temos que documentar isso. Com esses filmes, quis resgatar essas histórias que tenho ouvido”.
História e informação
Ádamo, que também é educador social, lembra de seu gosto pela reportagem quando as pautas chegavam, mas diz que sentia necessidade de contar as histórias com protagonismo dos personagens. “A gente busca a excelência no trabalho, claro, mas é muito importante contar a história”, afirma. Em sua avaliação, os filmes são uma prestação de serviço, por juntarem história de vida e superação com informação.
Também educadora social e inscrita no festival, Flávia Mendes, 38, tem formação em artes plásticas, ferramenta que utilizou na produção do filme Condão: capacidade, faculdade, poder. O documentário mostra a história de três mulheres negras que fazem parte do Centro de Convivência do Gama Sul. Com menos de 15 minutos, o curta é dividido em quatro partes – Apresentação, Raízes, Trajetórias e Pele.
Divulgação de vivências
“Essas narrativas funcionam como uma ferramenta de resistência política e social; são vivências que precisam ter esse espaço”Flávia Mendes, servidora direita
“A linguagem artística funciona muito nesse trabalho social, porque gera identificação”, comenta Flávia. “A gente queria produzir algo que desse esse protagonismo, por isso decidimos por esse espaço de escuta – porque quando as pessoas escutam, se identificam.”
A servidora diz ter tido dificuldades técnicas na edição, mas teve uma boa equipe e incentivo de seus colegas, incluindo Ádamo, para se inscrever no festival. “Quando vi que era finalista, fiquei muito surpresa”, conta. “A princípio, eu só queria ampliar o público, trazer visibilidade”.
O filme foi produzido em 2022, no Mês da Consciência Negra (novembr0), por isso é voltado para a questão racial. A música e o poema que aparecem no curta também são de artistas negros: a poetisa Cláudia Martins e o músico Marcelo Café. “Essas narrativas funcionam como uma ferramenta de resistência política e social; são vivências que precisam ter esse espaço”, conclui Flávia.
Conheça os filmes finalistas.