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17/04/2023 às 21:46, atualizado em 18/04/2023 às 09:50
Animal havia sido resgatado ainda filhote, órfão e debilitado na Bahia. Após acolhimento inicial no Zoo de Brasília, técnicos da ONG Jaguaracambé deram início ao projeto de liberdade do animal no cerrado
Ao som do canto dos pássaros, ao entardecer, no coração do cerrado, a loba-guará Pequi, como é carinhosamente chamada, finalmente conheceu a sensação de estar livre em seu habitat natural. Foram dois anos vivendo em cativeiro para que tudo desse certo durante o seu retorno à natureza. O projeto de soltura do animal faz parte do Plano de Ação Nacional para a Conservação da espécie, coordenado pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).
Alimentação com frutos do cerrado, pouco contato com humanos e um período longo de adaptação foram cruciais para que os animais estivessem preparados para a soltura. A Pequi foi solta na tarde desta segunda-feira (17) e seus irmãos seguem colaborando com outros projetos de conservação da espécie no estado da Bahia.
“Aqui onde a Pequi foi solta é um espaço enorme, com 800 hectares, e segura bem a pressão urbana, que só cresce”, disse o gerente-geral do Instituto Paraíso na Terra, Rogério Peleski. Na nova casa, Pequi pode explorar todos os seus instintos naturais de animal silvestre, como caçar, reproduzir e forragear.
A partir de agora, Pequi será monitorada por meio de um rádio-colar, instalado em seu pescoço, que enviará aos especialistas, a cada hora do dia, a localização em satélite por onde a loba passou. Além disso, o equipamento permite que a equipe receba um mapeamento com esses dados quatro vezes por dia.
“Eu estou emocionadíssima. Hoje nós finalmente soltamos a Pequi depois de meses trabalhando em várias linhas de pesquisa para que ela estivesse apta para sobrevivência no cerrado”, disse, emocionada, a médica veterinária e presidente da ONG Jaguaracambé, Ana Paula Quadros. Ela também pede apoio para que o projeto de monitoramento continue. “A gente precisa garantir o segundo rádio-colar da Pequi, porque esse primeiro foi doado pela Smithsonian Institution e precisa ser trocado daqui oito meses. Qualquer ajuda é bem-vinda”, concluiu.
Relembre a trajetória dos filhotes de lobo-guará resgatados órfãos.