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22/04/2023 às 11:15, atualizado em 22/04/2023 às 11:39
Inaugurado no ano de nascimento da cidade, o maior centro hospitalar público do Centro-Oeste é um lugar de esperança, um gigante que salva vidas
A história do Hospital de Base (HB) se mistura com a de Brasília. Eles foram construídos simultaneamente, e o Base abriu as portas cinco meses depois da inauguração da cidade. Assim, em 12 de setembro de 1960, projetado pelo arquiteto Oscar Niemeyer e idealizado pelo presidente Juscelino Kubitschek, nascia o que hoje é um dos mais importantes hospitais do Brasil. Neste aniversário de 63 anos da capital federal, contamos um pouco da história daquele que foi pioneiro da saúde pública no Distrito Federal.
Nesses 38 anos diários no hospital, o infectologista chegou ao cargo de diretor-geral do HB e lembra de muitos acontecimentos que contribuíram para o desenvolvimento do centro de referência. “Me orgulho muito desse período. Criamos a Unidade Neurocardiovascular, específica para atender casos de AVC e infarto; reestruturamos o setor de trauma; integramos o Samu (Serviço Móvel de Urgência) e criamos nesse período o primeiro serviço oncológico do DF”.
Entusiasta do SUS e do Base, o médico acredita que o local cumpre muito bem o papel que cabe a ele. “O hospital é um marco nessa cidade. É um gigante que realiza pesquisas, ensina e forma centenas de profissionais anualmente. Sempre digo para a minha família que, se eu tiver um acidente grave, me leve para o Base”, pontua Julival.
O Hospital de Base recebe alunos de graduação em medicina, enfermagem e outros cursos da área de saúde, bem como profissionais graduados pleiteando vagas nos programas de residência médica e profissional. Atende, no campo de estágio, a vários convênios da Secretaria de Saúde com instituições de ensino superior e médio do DF.
“Realizamos em média de 10 mil a 12 mil atendimentos de trauma no último ano. Aqui definimos a vida de um paciente. É tudo muito incerto, podemos iniciar o plantão e não ter nenhum paciente em estado grave, como pode surgir um gravíssimo, e precisamos agir rapidamente. Devolver esse paciente com saúde para a família me encanta e dá ânimo para continuar”Renato Diniz Lins, chefe do Centro de Trauma do HBesquerda
Especialista em salvar vidas
Unidade referência para atendimento de casos complexos e graves, a missão diária dos profissionais que atuam no HB é salvar vidas. À frente do Centro de Trauma, o médico cirurgião Renato Diniz Lins, 43, entrou para fazer a residência médica no Base há 21 anos e nunca mais saiu.
“Muita coisa mudou de lá para cá, passamos por momentos piores e melhores, assim como a medicina evoluiu. O fato é que estamos aqui 24 horas preparados para atender os pacientes. Fazemos tudo o que é necessário para salvar uma vida, independentemente dos recursos que tivermos. O ano de 2019 foi a virada de chave do hospital, nos tornamos instituto, o que nos possibilitou ampliar o Centro de Trauma, contratar de maneira célere e o setor de raio-x, por exemplo, passou a funcionar 24h”, conta.
Em 2019, o hospital passou por uma ampla reforma administrativa. O HB começou a ser gerido pelo Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do Distrito Federal (IgesDF), que tem como finalidade desburocratizar a gestão da saúde.
“Me lembro bem quando nos preparávamos para a Copa do Mundo, o Base era a principal retaguarda em Brasília, fizemos treinamento e conseguimos perceber, naquele momento, como o hospital é estratégico, pela localização, no centro da cidade, pelas especialidades que possui e a rápida capacidade de mobilização”, relembra a nefrologista.
Para a médica, o Base está no coração do brasiliense, que sabe da importância do hospital em casos graves. “É um hospital de todos, e em um momento de gravidade, com ou sem dinheiro, se precisar, ele estará aqui para atender e salvar uma vida e o brasiliense sabe disso. Somos o único hospital público que capta órgãos para fazer transplantes e o único com pronto socorro 24h para transplantados. Estamos aqui para resolver o que nenhum outro hospital conseguir”, finaliza Cristhiane Gico.