09/05/2023 às 09:05, atualizado em 09/05/2023 às 13:27

PMs agredidos em ato antidemocrático são promovidos por bravura

Militares foram jogados a três metros de altura e espancados durante ataques de 8 de janeiro

Por Thaís Miranda, da Agência Brasília | Edição: Carolina Lobo

O governador Ibaneis Rocha promoveu, por ato de bravura, dois policiais militares que se feriram gravemente durante os trabalhos para conter as pessoas que depredaram as sedes dos Três Poderes em 8 de janeiro. A promoção foi publicada, na última sexta-feira (5), no Diário Oficial do Distrito Federal (DODF).

Os militares promovidos são do Batalhão de Choque, do 3º Pelotão da Companhia de Patamo, e estavam escalados para trabalhar naquele dia. Eram 20 policiais do pelotão que se dedicavam a dispersar os invasores do Congresso Nacional, do Palácio do Planalto e da sede do Supremo Tribunal Federal (STF).

O subtenente Beroaldo José de Freitas Júnior e a cabo Marcela da Silva Morais Pinno ficaram entre a vida e a morte enquanto lutavam pela ordem pública durante os ataques. Eles foram jogados da cúpula do Congresso Nacional, a uma altura de três metros, e espancados pelos vândalos, que lhes desferiam golpes e tentavam roubar seus equipamentos de defesa.

Marcela da Silva Morais Pinno foi promovida de soldado a cabo; Beroaldo José de Freitas Júnior, de primeiro-sargento a subtenente

De primeiro-sargento a subtenente

A poucos anos para conquistar a aposentadoria, o subtenente Freitas não esperava que fosse passar por tantas emoções logo nos primeiros meses de 2023.

“Iria chegar o momento da minha aposentadoria e eu não teria atingido o tempo necessário para conseguir essa promoção. Normalmente, são de cinco a dez anos para conquistar a patente de subtenente”, explicou. “Com essa graduação maior, as responsabilidades são maiores também. Estou muito feliz com o reconhecimento, e espero poder repassar a experiência aos novos colegas de farda.”

De soldado a cabo

A cabo Marcela da Silva Morais Pinno faz parte da Segurança Pública do DF há quatro anos. Para ela, foram momentos que jamais serão esquecidos.

“Estávamos na linha de frente. Foram atos extremamente violentos, e eu nunca atuei em nada daquela proporção. A nossa promoção é um reconhecimento a todos do batalhão, que atuaram mesmo feridos e em momento nenhum pensaram em desistir”, defendeu.

PMs agredidos em ato antidemocrático são promovidos por bravura