14/05/2023 às 09:21, atualizado em 14/05/2023 às 09:39

Cuidado, apoio e qualidade de vida às mães do DF

Do atendimento de saúde gestacional à promoção de benefícios sociais e práticas esportivas, o governo trabalha para garantir o bem-estar das mulheres que têm filhos

Por Catarina Loiola, da Agência Brasília | Edição: Chico Neto

Um novo morador está prestes a chegar à casa de Karoline Ribeiro, 18. Grávida de 37 semanas, ela não vê a hora de conhecer o pequeno Kelvin. “Ele é meu primeiro filho, mas também o primeiro neto dos meus pais e o primeiro bisneto da minha avó paterna”, conta a jovem. “No começo [da gravidez], fiquei assustada, mas meus pais aceitaram bem, fui bem- atendida no postinho e agora estou muito feliz”.

O Governo do Distrito Federal (GDF) trabalha para garantir acesso a educação, alimentação, emprego e benefícios sociais às mães brasilienses que mais precisam. Os cuidados começam já no pré-natal, com assistência de saúde completa até os primeiros anos de vida da criança.

Segundo dados da Secretaria de Saúde (SES), em 2022, foram registrados 32.517 partos na rede pública do DF. Ceilândia, Samambaia e Planaltina foram as regiões em que mais nasceram crianças. No ano anterior, foram 34.248 partos. Em breve, será a vez de Karoline. Ela é atendida pela equipe multidisciplinar da Unidade Básica de Saúde (UBS) 11, na QNQ 3, em Ceilândia. 

“Na última consulta, a médica contou que ele está com 33 centímetros e que pode nascer a qualquer momento”, conta ela. “Estou muito ansiosa, esse será meu primeiro Dia das Mães. Com certeza esta UBS faz parte da minha história.”

Atendimento nas UBSs

“Temos uma rede robusta, com profissionais extremamente qualificados e que se esmeram para atender as necessidades das mães e dos bebês em todos os ciclos de vida” Lucilene Florêncio, secretária de Saúdedireita

As UBSs são a porta de entrada para o atendimento gestacional, bem como para a maioria dos serviços de atenção primária. “O atendimento é sempre com a UBS de referência, aquela mais próxima da casa do paciente, a não ser que o caso seja considerado de risco, em que ocorre o encaminhamento a um ambulatório”, explica a coordenadora do Grupo Condutor Distrital da Rede Cegonha, Gabrielle Medeiros. ‌

Entre as gestantes que deram à luz no ano passado, 67,85% fizeram mais de sete consultas do pré-natal. “É importante que a mulher procure atendimento, para o acompanhamento do desenvolvimento do bebê e para a diminuição da mortalidade materna e neonatal”, aponta Gabrielle. “É nesse momento que identificamos possíveis intercorrências na gestação que podem ser manejadas a tempo”.

A secretária de Saúde, Lucilene Florêncio, destaca o empenho governamental nos cuidados durante o período gestacional: “Temos uma rede robusta, com profissionais extremamente qualificados e que se esmeram para atender as necessidades das mães e dos bebês em todos os ciclos de vida, como a Rede Cegonha, que oferece cuidados às mulheres desde o pré-natal no parto e no pós-parto”.

Políticas públicas

Para além dos cuidados gestacionais, há também atenção à promoção de políticas públicas que, direta ou indiretamente, incentivam a autonomia das mulheres do DF. O cuidado vai da promoção de cursos profissionalizantes e construção de novos centros da primeira infância (Cepis) ao incentivo à prática esportiva e acesso a benefícios sociais, como o Cartão Creche.

“Sempre buscamos ampliar vagas de creches para a população, priorizando principalmente as famílias em situação de vulnerabilidade social” Hélvia Paranaguá, secretária de Educaçãoesquerda

Desde 2019, sete creches foram entregues no DF, quatro estão prontas – duas delas em áreas rurais –, 11 se encontram em obras e outras 11 já passam para a fase de contratação/licitação. A soma de todas elas significa a abertura de 5,3 mil vagas para crianças de até 5 anos, com investimento de R$ 151 milhões. Serão 300 salas de aula a mais para a rede pública.

“A Secretaria de Educação tem priorizado a entrega de novas creches à população do Distrito Federal porque sabe que muitas mães dependem desse atendimento para que possam trabalhar e estudar tranquilas, sabendo que o filho está sendo bem cuidado”, avalia a secretária de Educação, Hélvia Paranaguá. “Então, com esse olhar cuidadoso, sempre buscamos ampliar vagas de creches para a população, priorizando principalmente as famílias em situação de vulnerabilidade social.”

Creches

Aos 4 anos, a pequena Isabel segue uma rotina bem definida: de segunda a sexta-feira, acorda por volta das 7h, troca de roupa e come uma fruta. Em seguida, parte para o Cepi Jandaia, no Pôr do Sol, onde fica até as 17h30. No tempo em que fica na creche, cumpre uma série de afazeres: brinca com os coleguinhas, aprende o beabá inicial, come até cinco refeições, toma banho e desempenha outras atividades em grupo.

‌A permanência da menina no equipamento público é um facilitador para a rotina de outra pessoa: da mãe dela, a monitora Evelly Nunes, 26. “Enquanto ela brinca, eu estou trabalhando”, conta. “No início, fiquei com o coração dolorido, mas quando vim aqui, senti segurança e fiquei mais tranquila. Se não fosse pela creche, teria que deixá-la com minha mãe, o que seria complicado, porque ela também tem os afazeres dela”.

Para Isabel, não é nenhum sacrifício passar o dia inteiro com pessoas da mesma idade. “Assim que ela acorda, já pergunta da creche, e para mim isso é um sentimento de paz”, afirma Evelly. “Sei que minha filha está sendo cuidada, que está comendo certinho, até porque as refeições são maravilhosas. E ela ainda chega em casa com penteados lindos, cheirosa”.

Convivência

Quem também gosta da própria rotina é a aposentada Zezina Lopes, 84. Faça chuva, faça sol, ela sempre vai às aulas de hidroginástica no Centro Olímpico do Setor O, em Ceilândia, e não perde a oportunidade de se exercitar e conviver com pessoas da mesma faixa etária. O motivo de tanta dedicação? Ter mais disposição para aproveitar a vida ao lado dos cinco filhos, 15 netos e 19 bisnetos.

“Ser avó é ser mãe duas vezes, e ser bisavó é ser mãe três vezes – é a maior felicidade do mundo”, diz a moradora da QNQ, no Sol Nascente. “Sempre falo para as minhas amigas para procurarem algum exercício, como ginástica ou caminhada. Eu mesma não saio mais daqui, o pessoal é muito cuidadoso”.‌

Pernambucana, Zezina viveu a maior parte da infância e da adolescência na Bahia – onde se casou aos 14 anos. Cinco anos depois, grávida do primeiro filho, desembarcou em Brasília. Aqui, teve mais quatro crianças e deu início à grande família. Neste Dia das Mães, assim como em outras datas comemorativas, a casa da idosa estará em festa. “É a maior felicidade do mundo ter a casa cheia, nem penso na bagunça que fica – penso na felicidade de ter todo mundo ao meu lado”, comemora.

Cuidado, apoio e qualidade de vida às mães do DF