21/06/2023 às 19:28

Pacientes com asma devem procurar UBSs e ambulatórios especializados

No Distrito Federal, são 27 centros de referência para casos recorrentes. Neste Dia Nacional de Controle da Asma (21), vale ressaltar que mudanças de clima e de ambiente podem desencadear crises severas

Por Agência Brasília* | Edição: Vinicius Nader

A asma é uma doença inflamatória crônica das vias aéreas inferiores que pode ter causa genética de pais com histórico de alergias ou por questões ambientais. No Distrito Federal, o tratamento e o acompanhamento são oferecidos em todos os níveis de assistência e, desde 1999, a população conta com o Programa de Atendimento ao Paciente Asmático. A iniciativa e a capacitação de profissionais da saúde permitiram o desenvolvimento de 27 centros de referência que atendem aos casos mais complexos e de difícil controle.

Com equipes aptas a darem o diagnóstico, as unidades básicas de saúde (UBSs) continuam sendo a porta de entrada e acompanhamento. Em casos de crises recorrentes de asma, a equipe encaminha os pacientes aos ambulatórios especializados. A análise é realizada com base na história clínica, no exame físico e nos testes de função pulmonar.

Referência técnica colaborativa da Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES-DF) no assunto, a pneumologista Andréa Rodrigues destaca, neste Dia Nacional de Controle da Asma, 21 de junho, que a doença é traiçoeira e, mesmo com muito tempo sem dar sinal, pode aparecer de forma súbita e fatal. “A asma não tem cura. Com isso, o paciente diagnosticado precisa manter a sua medicação em dia e de forma emergencial. Os sintomas surgem, na maioria das vezes, durante as mudanças de clima e de ambiente. O frio, a fumaça, pelos de animais e infecções virais são fatores desencadeantes das crises”, ressaltou.

Lucélia Queiroz (E), paciente com asma há 30 anos, aprendeu o que desencadeia as crises dela

O uso da bombinha é um problema nos atendimentos dos ambulatórios. Segundo a pneumologista do Hran Flávia Bastos, “temos muitos pacientes que voltam ao ambulatório descompensados e, quando analisamos o porquê, descobrimos que trata-se de dificuldade com o uso da bombinha. Quando isso acontece, o medicamento acaba não funcionando e impede que a doença seja tratada”.

Internações e prevalência da doença

Somente neste ano, a SES-DF já registra mais de 1,3 mil casos de internação de crianças de 1 a 9 anos. Em 2022, foram mais de três mil casos na mesma faixa etária. Conforme os dados do Ministério da Saúde, a asma é um dos problemas de saúde respiratórios mais recorrentes no Brasil e a doença crônica de maior prevalência na infância e na adolescência.

No país, oitava posição em prevalência de asma no mundo, estima-se que 23,2% da população vivam com a doença, e a incidência varia de 19,8% a 24,9% entre as regiões. Estudo recente mostrou, ainda, que as hospitalizações por asma custaram US$ 170 milhões, o que corresponderia a mais de R$ 800 milhões ao sistema público de saúde nacional.

A crise aguda de asma é caracterizada por episódios de aumento progressivo dos sintomas de falta de ar, tosse, respiração ruidosa ou opressão torácica e diminuição progressiva da função pulmonar. O acompanhamento do paciente asmático e o plano terapêutico, além das unidades básicas, ocorre também nos 27 centros de referência localizados no Hospital de Base do Distrito Federal (HBDF), Hospital Materno Infantil de Brasília (Hmib), Hran, Hospital Regional de Ceilândia (HRC), Hospital Regional do Gama (HRG), Hospital Regional do Guará (HRGu), Hospital Regional de Taguatinga (HRT), Hospital Regional de Sobradinho (HRS), Hospital da Região Leste (HRL), Hospital Regional de Planaltina (HRPl), Hospital Universitário de Brasília (HUB), Hospital da Criança de Brasília (HCB), Unidade Mista de Taguatinga. Unidades básicas com referência técnica: UBS 1 da Asa Sul, UBS 1 da Candangolândia, UBS 1 de Ceilândia, UBS 1 do Guará, UBS 1 do Núcleo Bandeirante, UBS 1 do Recanto das Emas, UBS 1 do Riacho Fundo, UBS 1 de São Sebastião.

Em caso de crise, é necessário buscar as unidades ou o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) pelo telefone 192, que também atende a situações de problemas cardiorrespiratórios.

*Com informações da SES