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23/06/2023 às 19:27
Produzido com tecnologia 100% nacional, equipamento passou por estudos clínicos durante dois anos no Hran e garante proteção para outros tipos de vírus, como o da gripe
Fruto da parceria entre governo, centros de pesquisa e setor privado, a tecnologia foi desenvolvida no âmbito do projeto Vesta – parte de uma iniciativa maior, coordenada pela Universidade de Brasília (UnB), que envolveu uma equipe de mais de 100 pesquisadores brasileiros de diferentes áreas do conhecimento. A máscara, no modelo PFF2 e que recebeu a aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), já pode ser encontrada à venda.
Diretora do Hran, Mariana Alcazas afirmou durante a abertura do evento que o projeto surgiu no auge da pandemia e que a UnB trouxe tecnologia e ciência para a iniciativa. “A máscara agora é um produto que está no mercado e que teve a participação do nosso hospital. Mesmo diante de uma situação tão difícil, e apesar de toda dor e de todo sofrimento, conseguimos colaborar e hoje temos a materialidade desse grande esforço”, disse, agradecendo também a todos os profissionais voluntários.
O professor da UnB e coordenador do ensaio clínico, Rodrigo Luiz Carregaro, lembrou como foi desafiador avaliar os trabalhadores em uma situação real como a pandemia. “O Hran foi o hospital referência no tratamento de covid, por isso foi escolhido para termos dados robustos na eficácia do produto. Essa é mais uma das grandes parcerias da universidade com a Secretaria de Saúde do DF que trouxe um produto que apresenta 99% de filtração de partículas, com usabilidade e conforto.”
Tecnologia e baixo custo
Diferente das máscaras N95, a Vesta foi fabricada com tecnologia 100% nacional e possui baixo custo de fabricação. A inovação, segundo Rodrigo, está na aplicação de nanopartículas na parte filtrante, chamada quitosana (material biodegradável polimérico, extraída da carapaça de crustáceos, como camarão e lagosta, que auxilia na filtração e na inativação de antígenos). A barreira envolve e degrada a membrana do vírus, inativando a contaminação. Por ser tão pequena quanto ele, a trama – espaços formados entre as fibras, também chamados de poros – acaba impedindo a passagem do micro-organismo causador da doença.
Além disso, o tecido da Vesta é composto por um tipo de tecnologia que exerce atração eletrostática no vírus. Este é atraído pela superfície por interpretar que está se aproximando de vias aéreas humanas. Dessa forma, uma pessoa infectada que estiver usando a máscara adequadamente não vai contaminar ninguém, porque o vírus será eliminado. O ideal, porém, é que as outras pessoas também estejam protegidas pelo mesmo equipamento.
*Com informações da SES-DF