21/08/2023 às 18:35, atualizado em 21/08/2023 às 18:59

DF tem a menor taxa de mortalidade por infarto agudo do miocárdio do Brasil

Média nacional é de 9% enquanto o Distrito Federal registrou 4,7%; atuação em rede da Secretaria de Saúde com unidades contratadas proporciona atendimento eficiente para a população

Por Agência Brasília* | Edição: Igor Silveira

O Distrito Federal tem a menor taxa de mortalidade por infarto agudo do miocárdio no Brasil, de acordo com o Departamento de Informação e Informática do SUS (Datasus), do Ministério da Saúde. Em 2022, 4,74% dos pacientes internados no DF após ataque cardíaco foram a óbito. A média nacional é de 9%.

José Carlos Nogueira, 72 anos, foi um dos pacientes salvos pela eficiência do atendimento proporcionado pela Secretaria de Saúde do DF

A esperada alta médica ocorreu no início de agosto. “Vou mudar os meus hábitos. Morrer a gente vai um dia, mas ficar vivo é melhor, porque tenho planos, tenho netos”, afirma Nogueira. Apesar das dores ainda presentes, o bom humor e o sentimento de gratidão fazem parte da recuperação. “Fui muito bem tratado, muito bem atendido. Minha recuperação está indo bem. O tratamento é excelente”, avalia. Nos dois meses entre a entrada no HRS e a alta no ICTDF, José ainda precisou ser curado de uma infecção respiratória antes de ser liberado para o procedimento cardíaco. A próxima fase será o acompanhamento, com consultas periódicas.

Integração e tecnologia

“O paciente já recebeu o tratamento inicial e vem aqui para um segundo passo”, explica o cardiologista e coordenador da Unidade de Dor Torácica do ICTDF, Camilo Chaves Júnior. Na instituição é possível realizar procedimentos de alta complexidade, como a angioplastia.

Em 2023, já são quase 400 cirurgias desse tipo, entre eletivas e de emergência. O local possui tecnologias de ponta, como o balão intra-aórtico, usado nos pacientes mais graves e a hemodiálise prisma, necessária para casos de insuficiência renal com baixa pressão arterial.

“Estamos sempre somando esforços para oferecer à população do DF, independentemente da idade, um fluxo cada vez mais eficiente, com profissionais capacitados e tratamentos de ponta”Lucilene Florêncio, secretária de Saúde do DFdireita

Pulmão artificial

A tecnologia de maior destaque é a membrana de oxigenação extracorpórea (ECMO, na sigla em inglês). Na prática, é uma máquina capaz de funcionar como um pulmão e um coração artificiais para pacientes que estão com os órgãos comprometidos. “É uma ponte para outro tratamento definitivo, seja para recuperação do coração ou um transplante”, explica o cardiologista.

A unidade em funcionamento no ICTDF é a única disponível para pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) no DF. A tecnologia não está prevista na lista de serviços oferecidos pelo SUS, porém, foi incluída pela SES-DF no contrato com o instituto para atender melhor a população do DF.

No valor de R$ 186 milhões, o contrato com o ICTDF foi assinado no fim de 2022 e tem validade inicial de dois anos, prorrogável por mais três. Isso já permitiu a realização de mais de 7.500 consultas e quase 14 mil exames, tanto em situações de emergência quanto de pacientes encaminhados, via Central de Regulação.

Segundo a referência técnica distrital (RTD) de cardiologia da SES-DF, Rosana Costa Oliveira, a contratação permitiu agilizar os atendimentos e reduzir o tempo de espera por cirurgias cardíacas. “Atualmente, são cerca de 80 por mês, sendo 20 realizadas no Hospital de Base e 60 no ICTDF”, destaca a cardiologista.

O contrato com a Secretaria de Saúde também engloba atendimento cardiológico infantil, inclusive cirurgias de alta complexidade – sendo mais de cem realizadas só em 2023. “Estamos sempre somando esforços para oferecer à população do DF, independentemente da idade, um fluxo cada vez mais eficiente, com profissionais capacitados e tratamentos de ponta”, afirma a secretária de Saúde, Lucilene Florêncio.

*Com informações da SES-DF