22/08/2023 às 14:45, atualizado em 22/08/2023 às 15:04

Alunos de Taguatinga usam lenda do boi-bumbá para reforçar aprendizagem

No Dia do Folclore, estudantes do CEE 01 mostram como a representação de tradições populares faz a diferença na rotina escolar

Por Agência Brasília* | Edição: Carolina Lobo

O folclore é um tesouro cultural que se manifesta por meio de histórias, músicas, danças e tradições transmitidas de geração para geração. Para professores da rede pública de ensino do DF, o conjunto de lendas e tradições populares é um aliado na aprendizagem dos estudantes. No Centro de Ensino Especial (CEE) 01 de Taguatinga, por exemplo, a exploração do tema não é apenas uma jornada de aprendizado cultural, mas também uma oportunidade única de desenvolvimento cognitivo, social e emocional dos alunos.

A unidade é reconhecida por suas diversas apresentações culturais, entre elas a peça do boi-bumbá. Na escola, a história do boi branco Pavulagem, o preferido de um rico fazendeiro, é uma forma de auxiliar na aprendizagem dos alunos e é tema de uma oficina pedagógica que conta com cerca de 40 alunos, com idade a partir de 15 anos. A lenda diz que a esposa do fazendeiro, grávida e com desejo de comer língua, ordenou que o boi fosse abatido. Ao descobrir o que havia ocorrido, o fazendeiro chamou um pajé indígena, que realizou um ritual de ressurreição e trouxe o boi de volta à vida.

A diretora do CEE 01, Patrícia Mendes, ressalta que a história de Chico, Catirina, o coronel e o boi é encenada por alunos em diversas etapas de aprendizagem e é o momento mais aguardado por eles. “A oficina representa vida para esses estudantes. Eles amam o dia de ensaiar e se vestir com as fantasias. Para eles, a apresentação do boi-bumbá representa alegria. Eles adoram fazer isso e se envolvem muito com os personagens. A oficina proporciona a eles uma maneira de se expressar e se comunicar, permitindo que compartilhem pensamentos, emoções e experiências”, explica.

O grupo trabalha o tema o ano inteiro, não apenas em agosto, quando se celebra o Dia do Folclore. Eles ensaiam todas as terças-feiras e a agenda é bastante movimentada. A próxima apresentação será em setembro, em comemoração aos 50 anos do CEE 01 de Taguatinga. A oficina já fez apresentações em diversos órgãos, como a Câmara dos Deputados e o Senado Federal, além de outras escolas.

Para Alexandre Morais Marques, estudante do CEM 01 que interpreta o coronel na apresentação, o principal objetivo da peça é fazer as pessoas sorrirem. “A gente exibe muito o nosso teatro e o pessoal gosta bastante. Sempre faço a peça com muita alegria. Eu me sinto muito feliz quando o público sorri também”, diz.

Parceria

As 73 escolas públicas do DF de educação infantil que participam do programa Eleitor do Futuro, uma parceria da Secretaria de Educação (SEEDF) com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), usam o tema folclore para melhorar a aprendizagem.

O programa simula um processo eleitoral como forma de desenvolver a educação política das crianças, tendo como foco o esclarecimento da importância do voto livre e consciente para o fortalecimento das instituições democráticas. Uma das eleições realizadas, com urnas eletrônicas verdadeiras, é para o presidente do folclore. Estudantes e professores escolhem um dos personagens para representá-los: a Vitória Régia, o Curupira, a Iara/Sereia, o Negrinho do Pastoreio ou o Saci Pererê.

Cada um faz campanha e representa questões sociais como a racionalização da água, a relação do homem com o meio ambiente, o papel da mulher na sociedade, o preconceito e a inclusão das pessoas com deficiência na sociedade. Estima-se que mais de 50 mil crianças participaram do programa desde a criação, em 2006.

Ao proporcionar oportunidades para expressão, aprendizado cultural e conexões sociais, temas do folclore brasileiro podem ajudar a enriquecer a jornada educacional dos estudantes, capacitando-os a abraçar as próprias identidades, se relacionar com os outros e se desenvolver plenamente como indivíduos únicos e valiosos.

Alunos de Taguatinga usam lenda do boi-bumbá para reforçar aprendizagem

*Com informações da Secretaria de Educação do Distrito Federal