28/08/2023 às 18:49, atualizado em 28/08/2023 às 18:58

Jogo sobre combate a incêndio no Cerrado vence disputa na UnDF

Atividade aconteceu nesta segunda-feira (28), com a participação de sete grupos de estudantes do curso de Sistemas de Informação

Por Agência Brasília* I Edição: Débora Cronemberger

Gamificação, design de produto, uso de plataformas de criação de jogos e abordagem de problemas reais do cotidiano estão entre as temáticas trabalhadas na atividade pedagógica Batalha de Jogos, desenvolvida dentro da Unidade Curricular ‘Projeto Aplicado’, do curso de Sistemas de Informação, da UnDF. A competição aconteceu na manhã desta segunda-feira (28), no Campus Norte da Universidade do Distrito Federal Professor Jorge Amaury Maia Nunes (UnDF), e contou com a participação de 40 estudantes da graduação, divididos em sete equipes. Ao final, uma votação popular definiu o projeto vencedor, do grupo 4, que propôs um jogo de combate ao incêndio no Cerrado.

“A unidade curricular ‘Projeto Aplicado’ traz uma miscelânea de projetos que podem contribuir com a formação profissional do estudante, levando-o mais para o campo profissional, ao trabalhar com cenários fictícios e outros práticos, com demandas da própria sociedade ou demandas empresariais, por exemplo”, explica o professor Antônio Martins. “Como os estudantes acabaram de ingressar no curso e são muito jovens, alguns deles não tiveram contato algum com a tecnologia da informação ou programação estruturada – que é um conjunto de ações que um determinado programa vai executar – e que são questões tecnológicas anteriores ao curso”, completa o professor.

“Momentos assim rompem com aquele paradigma de atividade corriqueira, de universidade, de ambiente escolar, do ensino tradicional, então, os estudantes se interessaram mais, se empenharam mais e ficaram muito satisfeitos de estarem desenvolvendo um produto”professordireita

O evento centrou-se, sobretudo, no desenvolvimento de sete jogos interativos por parte das equipes de estudantes. Para desenvolvimento desses projetos, eles fizeram uso da plataforma Scratch, desenvolvida pelo MIT. Scratch é uma linguagem de programação visual que permite criar jogos, animações e histórias interativas. Sua dinâmica de funcionamento é bem simples e intuitiva, pois trabalha com blocos para montar, tipo Lego.

“Eles me surpreenderam muito, pois desenvolveram jogos macro, jogos complexos, com uma programação madura para domínio deles e pelo tempo deles na Universidade. A maioria se desenvolveu pelo potencial próprio e pela relevância da atividade. Não haviam tido contato com a linguagem ainda”, explica Antônio Martins.

“Momentos assim rompem com aquele paradigma de atividade corriqueira, de universidade, de ambiente escolar, do ensino tradicional, então, os estudantes se interessaram mais, se empenharam mais e ficaram muito satisfeitos de estarem desenvolvendo um produto e não apenas escrevendo textos, fazendo provas ou resolvendo questões objetivas”, comenta o professor de Sistemas de Informação.

“Essa foi uma experiência memorável, pois aprendemos a trabalhar em equipe para execução dos códigos, dos cenários, e eu posso dizer que nesse curto espaço de tempo da Universidade, já tendo a oportunidade de fazer esse tipo de trabalho, é muito gratificante. Eu só vejo sucesso à frente” Karoline Costa, estudante do grupo vencedoresquerda

Segundo Antônio, o profissional formado no curso de Sistemas de Informação poderá trabalhar em diversos segmentos da indústria como segurança cibernética, segurança de dados, desenvolvimento de aplicativos, desenvolvimento de softwares, com ampla atuação em diferentes vertentes e segmentos, como a área da saúde, indústria petroquímica, indústria automotiva, entre outros. “O mercado de trabalho tem potencial, principalmente, por conta das questões tecnológicas. Eu acredito que é a profissão do momento, de acordo com a relevância social e a dimensão dessa profissão, é claro”, disse Antônio.

Breno Amorim, de 20 anos, membro do grupo 7, explica que a sua equipe buscou, desde o princípio, desenvolver um jogo que fosse sócio educativo. “Por isso a nossa ideia foi trabalhar com a matemática, que é uma linguagem universal. A aplicabilidade do jogo é para todos, mas buscamos focar nas crianças, com cálculos da matemática básica, como soma e subtração. Nos inspiramos no Pokémon, que fez muito sucesso e ainda faz, para desenvolvimento das interações, dos cenários”, explica o estudante.

Já para o grupo de Karoline Costa, de 21 anos, o jogo teve como temática central os incêndios no Cerrado. Segundo eles, a situação problema foi escolhida por ser muito recorrente, não apenas em agosto, que é o mês mais seco e com baixa umidade, mas porque deve ser tratado com cuidado independente do período do ano. “Escolhemos uma plataforma para desenvolver o nosso jogo que lembra muito Mario Bros, com estilo mais retrô, em pixels, onde o jogador com o passar das fases, imerso nesse cenário, vai recuperando animais silvestres, usando suas vidas e protegendo vidas com os extintores do jogo”, explica a estudante.

“Essa foi uma experiência memorável, pois aprendemos a trabalhar em equipe para execução dos códigos, dos cenários, e eu posso dizer que nesse curto espaço de tempo da Universidade, já tendo a oportunidade de fazer esse tipo de trabalho, é muito gratificante. Eu só vejo sucesso à frente”, finalizou Karoline.

Saiba mais sobre os temas trabalhados pelos grupos:

Grupo 1 – Lex-Tospirose Adventures. O  jogo acompanha o protagonista, o ratinho Lex-Tospirose, que através de um jogo de plataforma precisa sobreviver a um ambiente inóspito criado pelo ser humano, um esgoto com dejetos humanos e outros perigos à sua vida. Ao final do jogo, Lex precisa se curar das doenças das quais ele é vetor.

Grupo 2 – Original. O jogo tem como temática o primeiro dia de aula. O mago representa as dificuldades e o objetivo do jogador é chegar na sala de aula. O jogador deve responder às perguntas com as pistas que estão pelo cenário.

Grupo 3 – VaxxGuard. É um jogo com temática sanitária, onde o jogador controla a vacina e sua capacidade de derrotar os vírus que descem pela tela.

Grupo 4 – Wildfire Heroes. Inspirado nos clássicos jogos de plataforma, ele proporciona a imersão do jogador no mundo de combate ao incêndio.

Grupo 5 – Cerrado: Wildfire Survival. O tema foi o desmatamento no Cerrado e o descarte de lixo inadequado

Grupo 6 – BSB RUN. A proposta foi entregar um jogo de plataforma que traz como temática dificuldades que os alunos passam no transporte até chegar à universidade.

Grupo 7 – Jornada de Pitágoras. O jogo tem como objetivo conduzir Pitágoras através das fases e responder questões de operações matemáticas.

*Com informações da UnDF

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