21/09/2023 às 14:55, atualizado em 21/09/2023 às 18:28

Laboratório público do DF é referência para tuberculose e biossegurança

Título conquistado em 2019 coloca o Lacen-DF como mentor técnico-científico de outros cinco estados. Acompanhamento bacteriano é fundamental na elaboração dos tratamentos da rede pública

Por Carolina Caraballo, da Agência Brasília | Edição: Saulo Moreno

O Laboratório Central de Saúde Pública do Distrito Federal (Lacen-DF) é referência regional para exames de tuberculose. A instituição é a única da capital federal apta a fazer testes de sensibilidade da bactéria causadora da doença, procedimento que requer uma estrutura física com níveis altos de biossegurança.

“O portador da doença pode ser contaminado por uma cepa que não responde bem aos medicamentos do esquema básico. Além disso, se o paciente não fizer o tratamento de forma adequada ao longo de seis meses, a bactéria pode se tornar resistente aos antibióticos”Glaura Caldo Lima, chefe do Núcleo de Bacteriologiadireita

‌A classificação foi conquistada pelo laboratório público em 2019. E o coloca como referência técnico-científica para estados como Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, Tocantins e Maranhão. Das 27 unidades do Lacen espalhadas por todo o Brasil, apenas outras três compartilham o mesmo título: Espírito Santo, Rio de Janeiro e Manaus.

‌Chefe do Núcleo de Bacteriologia do Lacen-DF, Glaura Caldo Lima explica que o teste de sensibilidade é usado para verificar a resistência da Mycobacterium tuberculosis aos antibióticos usados no esquema básico do tratamento, oferecido pelo sistema público de saúde. Caso as drogas não surtam o efeito esperado, é preciso trocá-las.

“O portador da doença pode ser contaminado por uma cepa que não responde bem aos medicamentos do esquema básico”, afirma Glaura. “Além disso, se o paciente não fizer o tratamento de forma adequada ao longo de seis meses, a bactéria pode se tornar resistente aos antibióticos.”

Diretora do Lacen-DF, Grasiela Araújo: “Os laboratórios dos hospitais regionais fazem apenas análises clínicas, exames de rotina como hemogramas, bioquímica, dosagem de hormônio. Todo o resto fica a cargo do Lacen” | Foto: Paulo H. Carvalho/Agência Brasília

Cabe à instituição, por exemplo, investigar doenças epidemiológicas, de notificação compulsória, como dengue, chikungunya, zika, covid-19, vírus respiratórios, HIV e hepatite. Também faz análises de amostras de água, alimentos e surtos decorrentes de contaminações.

“Trabalhamos em parceria com a Vigilância Sanitária e a Diretoria de Vigilância Epidemiológica (Divep), além de atendermos toda a rede pública de saúde do Distrito Federal”, conta a diretora do Lacen-DF, Grasiela Araújo. “Os laboratórios dos hospitais regionais fazem apenas análises clínicas, exames de rotina como hemogramas, bioquímica, dosagem de hormônio. Todo o resto fica a cargo do Lacen”.

Laboratório público do DF é referência para tuberculose e biossegurança