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20/10/2023 às 18:59, atualizado em 20/10/2023 às 19:46
Medida zerou lista de espera e aumenta a autonomia e qualidade de vida da pessoa com deficiência física no desempenho das atividades do dia a dia
Nesta sexta (20), o Governo do Distrito Federal (GDF), por meio da Secretaria de Saúde (SES-DF), entregou equipamentos voltados a pessoas com deficiência física. Foram R$ 123 mil investidos na compra de 153 órteses e coletes torácicos, 180 bengalas canadenses, 42 bengalas T, 10 bengalas guia, 50 muletas e 57 andadores. São mais de 500 produtos que visam promover a acessibilidade, a reabilitação plena e a inclusão social dos pacientes beneficiados. A ação zerou a lista de espera do Núcleo de Atendimento Ambulatorial de Órteses e Próteses e Materiais Especiais (Naopme), da Oficina Ortopédica de Brasília, responsável pela entrega.
Os pacientes encaminhados pela rede se inscrevem na lista, na qual cada necessidade é atendida individualmente, garantindo que o paciente saia com um dispositivo novo. “Nosso objetivo é facilitar o acesso, proporcionar mais autonomia e melhorar a qualidade de vida da parcela da população que não pode adquirir esses equipamentos por conta própria”, explica a chefe do Naopme, Monique Nascimento Oliveira.
O ortopedista da SES-DF, Davi P. Haje, enfatiza que investir em fisioterapia e tratamento com órteses é mais econômico para o Sistema Único de Saúde (SUS) do que cirurgias corretivas. “Se o paciente usar por mais de 20 horas ao dia, em três meses já temos resultados satisfatórios. É muito mais barato e seguro que uma operação”, esclarece.
O tratamento de deformidades torácicas é pioneiro no Brasil, segundo o ortopedista, e surgiu em Brasília pelas mãos do médico do SUS, Sydney Haje. Pai de Davi, Sidney foi criador do método Haje, uma forma de tratar as deformidades torácicas com órteses, sem a necessidade de cirurgia.
Para garantir acessibilidade e inclusão social, o SUS produz e oferece, de forma gratuita, coletes, palmilhas, calçados ortopédicos, cadeiras de rodas adaptadas, bengalas, muletas, andadores e diversos dispositivosesquerda
Seguindo os passos do pai, Davi Haje adaptou a técnica a uma outra, utilizada em recém-nascidos, para tratar o pé torto congênito em adultos – o chamado método Ponseti. “Tornei cada órtese ajustável e, em 2014, elas acabaram reconhecidas como invenção pelo escritório de patentes nacional”, conta. Outra invenção, destaca ele, é a órtese para tratar cifose (corcunda), também fabricada pelo SUS.
O feito atrai especialistas do Brasil e do mundo interessados em conhecer o tratamento genuinamente brasiliense. “Oferecemos treinamento a ortopedistas renomados. Todo o serviço é custeado pelo SUS e a confecção dos dispositivos é totalmente gratuita à população”, acrescenta Haje.
Acessibilidade
Para garantir acessibilidade e inclusão social, o SUS produz e oferece, de forma gratuita, coletes, palmilhas, calçados ortopédicos, cadeiras de rodas adaptadas, bengalas, muletas, andadores e diversos dispositivos para ajudar pessoas com síndromes e deficiências físicas.
Os aparelhos são pensados de forma individualizada, de acordo com as necessidades e especificidades de cada pessoa. Os técnicos realizam diversas provas nos pacientes até encontrarem as medidas e adaptações ideais, considerando o grau de capacidade funcional e suas principais características.
Como ter acesso
Pacientes que necessitam de órteses, próteses ou meios auxiliares de locomoção precisam, em primeiro lugar, procurar atendimento em uma Unidade Básica de Saúde (UBS). “A partir do momento em que está sendo atendido pelo centro, o usuário está em um programa de tratamento e, neste programa, um profissional vai verificar se é preciso alguns dos produtos ofertados pela Oficina Ortopédica. Caso seja necessário, o paciente vai ser encaminhado para o nosso núcleo e será devidamente inscrito no Programa de Órteses e Próteses dessa SES-DF”, detalha Monique.
*Com informações da Secretaria de Saúde