23/10/2023 às 19:27, atualizado em 23/10/2023 às 19:30

Crianças surdas se divertem e aprendem em visita à Transitolândia

Turma de 24 alunos assistiu a uma peça de teatro e vivenciou o trânsito na minicidade da Escola Vivencial de Trânsito do Departamento de Estradas de Rodagem do Distrito Federal (DER-DF)

Por Agência Brasília* | Edição: Vinicius Nader

A Escola Vivencial de Trânsito do Departamento de Estradas de Rodagem do Distrito Federal (DER-DF) recebeu a visita de 24 crianças do Centro Educacional da Audição e Linguagem Ludovico Pavoni (CEAL/LP). As crianças puderam se divertir e assistir a uma peça de teatro direto do projeto Transitolândia.

O centro atende, atualmente, crianças entre 6 e 10 anos de idade, com nível de comprometimento auditivo de médio a profundo (total). Todas as crianças atendidas pelo CEAL/LP têm implante coclear, que estimula o nervo auditivo, tornando-os de totalmente ou parcialmente surdos em surdos oralizados, o que possibilita que as crianças sejam alfabetizadas oralmente, e não em Linguagem Brasileira de Sinais (Libras).

A pequena Maria Júlia aprendeu a fazer o sinal de vida antes de atravessar na faixa de pedestres

A pequena Maria Júlia, de 10 anos, foi chamada pela equipe de teatro no momento da peça e participou da encenação. “Estou muito feliz em poder mostrar que eu consigo fazer o sinal de vida para passar na faixa de pedestres, assim como o Faixa (personagem do teatro) ensinou. É bem legal!”, comenta.

Expansão do projeto

A visita dos alunos do CEAL/LP foi inédita, tendo sido a primeira turma exclusivamente de crianças com algum tipo de deficiência. A Transitolândia atende a escolas públicas e particulares com turmas mistas, com crianças cadeirantes e autistas, por exemplo, mas esta foi a primeira turma inteiramente composta por alunos surdos oralizados.

A diretora de educação de trânsito, Graziela Portela, pretende expandir o projeto de inclusão de crianças com deficiência na grade de visitas de escolas à Transitolândia. “Temos um projeto em andamento não só para melhorar a adaptação e a acessibilidade da nossa escola, mas a questão audiovisual também, para que atenda a necessidade dos autistas, que não lidam bem com som alto. Temos que alterar a acústica do anfiteatro para que eles se sintam confortáveis, vamos disponibilizar fones e instalar totens eletrônicos para facilitar a atenção também das crianças com TDAH (transtorno de déficit de atenção com hiperatividade), entre outros”, conclui a diretora.

O presidente do DER-DF, Fauzi Nacfur Junior, aprovou a visita das crianças do centro à escola e declarou total apoio aos projetos inclusivos: “O DER não é apenas um órgão executor de obras viárias. Nós temos também nossa parte de trânsito, e, nesta parte, uma das nossas prioridades é educar o cidadão, tanto adulto, quanto criança, para um trânsito seguro. Nessa prioridade entra a inclusão de crianças com deficiência. Todos podem e devem participar do trânsito”, afirmou o presidente.

*Com informações do DER-DF