30/10/2023 às 14:47, atualizado em 30/10/2023 às 15:52

Mais de 3 mil motoristas foram autuados por transporte pirata em 2023

Número é mais do que o dobro do registrado de janeiro a setembro de 2022; Detran-DF faz trabalho de conscientização junto aos passageiros durante abordagens sobre os perigos da prática

Por Carolina Caraballo, da Agência Brasília | Edição: Vinicius Nader

O transporte pirata coloca em risco a vida de centenas de pessoas todos os dias no Distrito Federal. São passageiros que, diante da promessa de um deslocamento mais rápido e barato, embarcam em carros, vans e ônibus sem conhecer a procedência dos veículos ou ainda sem saber se os motoristas sequer são habilitados.

De janeiro a setembro deste ano, o Departamento de Trânsito (Detran-DF), a Polícia Militar (PMDF) e o Departamento de Estradas de Rodagem do Distrito Federal (DER-DF) autuaram 3.069 pessoas pela prática irregular de transporte remunerado de passageiros. O número supera em 106% o registrado no mesmo período de 2022, quando 1.488 motoristas foram flagrados cometendo a infração.

As equipes do Detran-DF aproveitam o momento da abordagem para fazer um trabalho de conscientização com os passageiros | Foto: Joel Rodrigues/ Agência Brasília

Quem é flagrado praticando de forma irregular o transporte remunerado de passageiros recebe uma autuação, como prevê o artigo 231 do Código de Trânsito Brasileiro. A infração é considerada gravíssima, acarretando sete pontos na Carteira Nacional de Habilitação e multa no valor de R$ 293,47.

De acordo com o tenente-coronel da Polícia Militar André Caldas, a autuação pela prática de transporte pirata costuma vir acompanhada de outras. “Muitas vezes, os veículos usados não são regularizados, costumam trafegar lotados, com os pneus carecas, sem qualquer revisão dos itens de segurança. Ou seja, o motorista acaba cometendo várias infrações”, observa, ressaltando que o automóvel ainda pode ser removido para o depósito do Detran.

“Além disso, o motorista pode também ser enquadrado em uma contravenção penal de exercício irregular da profissão. Ele é obrigado a assinar um termo circunstanciado, que é lavrado pelo próprio policial militar”, explica o tenente-coronel. “Esse documento é encaminhado para o Ministério Público, que avalia se oferece denúncia ou não.”