27/11/2023 às 16:27

Com testagem e tratamento imediato, DF reduz mortes por HIV em 21,6%

De 2018 para 2022, índice de infecções também caiu, de 9,8 para 7,3 por 100 mil habitantes, segundo dados de boletim epidemiológico da Secretaria de Saúde

Por Agência Brasília* | Edição: Chico Neto

O coeficiente de mortalidade por aids no Distrito Federal diminuiu 21,6% em cinco anos. Divulgado nesta segunda-feira (27), o Informativo de Situação Epidemiológica do HIV e da Aids no DF – de 2018 a 2022 – aponta que o índice de óbitos por 100 mil habitantes caiu de 3,3 para 2,7 nesse período. O boletim mostra também redução nos casos de infecção pelo HIV e de aids: uma queda de 9,8 para 7,3 por 100 mil habitantes.

A gerente de Vigilância de Infecções Sexualmente Transmissíveis da Na Secretaria de Saúde do DF (SES), Beatriz Maciel Luz, atribui a redução aos esforços do Sistema Único de Saúde (SUS), destacando a importância da testagem e do início imediato do tratamento em casos de diagnósticos positivos, medida fundamental para a queda no número de casos e de óbitos. 

Ter HIV não é a mesma coisa que ter aids; segundo especialistas, muitas pessoas podem carregar o vírus e viver anos sem desenvolver a doença, mas há o risco de transmitirem a outras pessoasdireita

“Além disso, há o esforço em manter a contínua dispensação do medicamento e, consequentemente, o tratamento adequado e contínuo a todas as pessoas vivendo com HIV, para que possam manter uma carga viral indetectável e não desenvolver a aids”, avalia a médica. 

Ter HIV, lembra ela, não é a mesma coisa que ter aids. A especialista explica que muitas pessoas podem carregar o vírus e viver anos sem apresentar sintomas e sem desenvolver a doença. “Mas podem transmitir o vírus a outras pessoas pelas relações sexuais desprotegidas, pelo compartilhamento de seringas contaminadas ou de mãe para filho durante a gravidez e a amamentação, quando não tomadas as devidas medidas de prevenção”, alerta. Por isso, é sempre importante fazer o teste e se proteger em todas as situações.

Jovens em risco

O boletim epidemiológico é um alerta para o comportamento de jovens. No DF, a faixa etária de 20 a 29 anos representa uma média de 32,9% dos casos de aids, seguida por uma média de 28,9% entre pessoas de 30 a 39 anos. A faixa etária de 40 a 49 anos apresenta uma proporção média de 21,7%.

As unidades básicas de saúde (UBSs), as policlínicas e os ambulatórios especializados compõem a rede de vigilância, prevenção e assistência ao HIV e à aids. Nesses locais da rede pública do DF estão disponíveis diversas estratégias de prevenção combinada.

[Numeralha titulo_grande=”15 mil ” texto=”Número aproximado de pessoas que, atualmente, recebem medicamentos da rede pública para tratamento esquerda

É possível contar, nessas unidades, com fornecimento de preservativos e gel lubrificante, medicamentos para profilaxia pós-exposição (PEP) ao HIV (quando uma pessoa teve uma situação de risco nas últimas 72 horas), medicamentos para profilaxia pré-exposição (PrEP, destinada a pessoas com risco frequente, que usarão diariamente um medicamento para evitar contrair o vírus) e os medicamentos para tratamento das pessoas vivendo com HIV/Aids.

O técnico de vigilância em HIV e aids Sérgio D’Ávila afirma que, atualmente, cerca de 15 mil pessoas recebem medicamentos para tratamento na rede da SES-DF. “A implementação da PrEP tem crescido significativamente, com 3.239 pessoas cadastradas recebendo medicamentos para prevenir o HIV”, aponta. Acesse no site da Secretaria os locais onde ocorre o fornecimento de PrEP.

Prevenção

Em dezembro, haverá ações da SES em todo o DF em alusão ao mês de luta e prevenção contra o HIV e a aids. A campanha Dezembro Vermelho começará na sexta-feira (1º/12), Dia Mundial da Luta contra a Aids, para orientar a população sobre a importância da prevenção à infecção pelo vírus HIV, causador da doença, e do diagnóstico precoce para melhor qualidade de vida.

Já no sábado (2/12), a ação será no Parque da Cidade, com oferta de testagem e aconselhamento. E, em 6 de dezembro, o Centro Cultural Renato Russo receberá uma oficina de prevenção com a participação do médico e comunicador Jairo Bouer e outros convidados. Na ocasião, ocorrerá um diálogo aberto com os jovens da rede pública de educação do DF.

Onde buscar tratamento

Confira abaixo locais que oferecem atendimento.

Centro Especializado em Doenças Infecciosas (Cedin – antigo Hospital Dia da Asa Sul)
Policlínicas de Taguatinga, Ceilândia, Planaltina, Paranoá, Gama e Lago Sul
→ Ambulatórios de infectologia dos hospitais de Base, Regional de Santa Maria (HRSM), Regional de Sobradinho (HRS) e Universitário de Brasília (HUB).

Além desses locais, as unidades básicas de saúde (UBSs) fazem testes rápidos e oferecem preservativos e gel lubrificante durante todo o ano.

Acesse o informativo epidemiológico, na íntegra.

*Com informações da Agência Saúde