19/12/2023 às 05:40, atualizado em 19/12/2023 às 13:10

Núcleo Bandeirante comemora 67 anos nesta terça-feira (19)

Uma das regiões mais tradicionais do Distrito Federal recebeu obras de pavimentação, uma ciclovia nova e a reforma da feira permanente, entre outras ações do GDF

Por Jak Spies, da Agência Brasília | Edição: Igor Silveira

O Núcleo Bandeirante completa 67 anos de história nesta terça-feira (19), com cerca de 50 mil pessoas. As festas de comemoração do aniversário da cidade começaram no início do mês, com programação para crianças no setor Placa da Mercedes, uma rua de lazer na nova ciclovia e também na Metropolitana, além de festejos na praça Padre Roque e na Vila Cauhy.

O corte do bolo e uma queima de fogos foram realizados na última semana, acompanhados por uma solenidade de agradecimento aos pioneiros que ajudaram na construção do Núcleo Bandeirante.

Também foram entregues 3,3 km da ciclovia Abdel Karajah

A feirante Kelen Cristina é moradora do Núcleo Bandeirante há cinco anos. Ela conheceu a cidade pelo avô, que trabalha há anos como feirante na região. Kelen se diz animada com a entrega da feira permanente e com as obras sendo feitas na região. “A gente tem um amor muito grande por essa cidade, a vizinhança é muito boa. Eu acho que essas inaugurações, principalmente no Bandeirante, dão visibilidade para que moradores de outras cidades possam vir conhecer a região”, ressalta.

Neste período do ano, além de aniversariante, a cidade também é o palco de atrações natalinas na Praça Central, como cantatas de Natal, teatros e apresentações de bandas.

“O Núcleo Bandeirante tem história. Foi aqui que nasceu Brasília, as pessoas vinham fazer compras, pois não tinha mercado em outro local. Tudo dependia daqui, desde fazer feira até cortar o cabelo. O próprio JK fazia isso. É uma cidade que vem evoluindo a cada ano”, frisa o administrador.

Cidade livre

Antes de Brasília ser inaugurada, o espaço ocupado pela Candangolândia, Núcleo Bandeirante e o Museu Vivo da História Candanga eram um único conjunto. Cada local desempenhava uma função específica: administrativa, comercial e hospitalar, respectivamente – isso porque o museu era o antigo Hospital Juscelino Kubitschek de Oliveira.

Em seu início, o Núcleo Bandeirante se destacava como centro comercial e, naquela época, o governo optou por isentar a região do pagamento de impostos, visando atrair empresários. Daí originou-se o primeiro nome do local, Cidade Livre.

Este centro acolheu grande parte dos trabalhadores envolvidos na construção de Brasília, sendo também conhecido como Núcleo Pioneiro. Em 1956, a Companhia Urbanizadora da Nova Capital (Novacap) construiu as principais avenidas da cidade.

Devido à sua função comercial, não eram concedidos alvarás para residências na área. Os lotes eram disponibilizados por meio de comodato, sem escritura definitiva, e deveriam ser devolvidos à Novacap até o fim de 1959. Com a inauguração da capital, os comerciantes foram realocados, mas os moradores pleitearam a permanência. Em 1961, toda a região recebeu a denominação de Núcleo Bandeirante.

O Museu Vivo da Memória Candanga é composto por edificações históricas, peças, objetos e fotografias da época da construção da nova capital. O museu narra a trajetória de Brasília desde o período da construção até a inauguração, em 1960.

Um dos pioneiros da cidade é o comerciante João Cândido da Silva. Ele viu a cidade ser erguida desde que chegou a Brasília, em 14 de abril de 1960, vindo do Rio Grande do Norte com apenas 20 anos. “A primeira cidade foi aqui, era lugar em que os trabalhadores que construíram a capital faziam compras. Eu vendia roupa nessa época. Nós apelidamos a região de Cidade Mãe. Isso aqui é minha vida, me sinto na minha casa, no meu lugar”, acentua.

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