09/01/2024 às 16:34

Hospital Regional de Santa Maria incentiva a amamentação beira-leito

A prática consiste em ordenhar o leite materno ao lado do bebê que ainda se alimenta por sonda

Por Agência Brasília* | Edição: Vinicius Nader

A pequena Helena pesava apenas 560 gramas quando nasceu, em 5 de outubro de 2023, no Hospital Regional de Santa Maria (HRSM). Prematura extrema (ela nasceu com 25 semanas de gestação), hoje a bebê já consegue mamar e está no processo de ganho de peso e retirada da sonda de alimentação para poder, enfim, receber alta e conhecer a casa dela.

Apesar de ter tido várias intercorrências, o leite materno da mãe de Helena, Fabíola dos Reis, foi crucial para o desenvolvimento da criança. Desde quando a garotinha estava na Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (UTIN), Fabíola fazia a ordenha na beira do leito.

Rosane Medeiros destaca que a enfermaria Mãe Nutriz é essencial e contribui para que as mães façam a amamentação beira-leito

A chefe da UCIN, Rosane Medeiros, destaca que a enfermaria Mãe Nutriz é essencial e contribui para que as mães façam a amamentação beira-leito, que é ordenhar o leite ao lado do filho e já entregar para a enfermeira colocar na sonda imediatamente, ainda quente.

“O ideal é que o bebê receba o leite da própria mãe, pois ele tem todos os anticorpos que ele precisa e previne infecções, continua totalmente puro quando tirado beira-leito. Por isso, incentivamos todas as mães a fazerem essa ordenha enquanto seu filho ainda não consegue mamar”, explica.

Quando vão amamentar, as mães utilizam a poltrona beira-leito e ficam olhando para o bebê enquanto fazem a ordenha, o que ajuda a descida do leite com essa aproximação. “Dessa forma há menos risco de contaminação do leite e sem necessidade de pasteurização no banco de leite humano”, completa.

Eduardo, filho de Marcília Silva, nasceu com um problema na língua e necessita de avaliação de pediatra, fonoaudiólogo e dentista

Prestar assistência às mães durante a amamentação é de fundamental importância. Sabendo disso, o HRSM investe em atenção especializada, dispondo de uma equipe multiprofissional composta por pediatras, fonoaudiólogos, psicólogos, fisioterapeutas, nutricionistas, enfermeiros e técnicos capacitados para assistir mães e bebês.

Marcília Silva, 31 anos, é mãe do Eduardo, nascido em 16 de dezembro. O garotinho nasceu com mais de 4kg e bem, porém precisou ficar na UCIN porque tem um problema na língua e precisa de avaliação de pediatra, fonoaudiólogo e dentista. Por conta disso, o bebê usa sonda para se alimentar.

“Tenho pouco leite, mas faço a ordenha beira-leito e as enfermeiras dão o leite logo em seguida para ele. Estou aguardando avaliação para ver se ele vai conseguir mamar ou não no peito para depois irmos para casa”, relata.

Especialistas defendem o que o aleitamento beira-leito pode melhorar muito a relação entre a mãe e o recém-nascido e aumentar a produção de leite, pois quando a mãe está ao lado vendo seu bebê bem, isso faz com que ela libere ocitocina, o que facilita a saída do leite.

*Com informações do IgesDF