27/01/2024 às 10:07, atualizado em 27/01/2024 às 15:24

Produtores rurais conhecem produção de lúpulo no Distrito Federal

A iguaria, fundamental no mundo das cervejarias, foi foco do encontro promovido pela Emater em uma propriedade rural no Gama; valor do quilo pode chegar a R$ 400

Por Jak Spies, da Agência Brasília | Edição: Vinicius Nader

Quem é amante de cerveja já deve ter ouvido falar no lúpulo, uma planta utilizada na fabricação da bebida para conferir amargor e também aroma ao produto. Produtores rurais puderam ver de perto uma lavoura repleta com as flores que são utilizadas na produção do Distrito Federal, em uma propriedade no Núcleo Rural Ponte Alta, no Gama.

O encontro, promovido pela Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Distrito Federal (Emater-DF), teve o intuito de tirar dúvidas e apresentar o plantio crescente na região para aproximadamente 50 produtores rurais interessados. As inscrições foram realizadas por meio dos 15 escritórios locais da empresa distribuídos no Distrito Federal.

Denisy Oliveira ficou encantada com o lúpulo: “É uma cultura que acho que vai valer a pena aqui na região”

O extensionista rural Daniel Rodrigues Oliveira reforça a importância do evento para fomentar e formar um grupo que tenha interesse na área para construir uma cadeia mais organizada e expandir o mercado da iguaria.

“A Emater está sempre presente no meio de campo. Desde o dimensionamento da irrigação até a estrutura. Por ser uma cultura de cara implantação, a estrutura é muito cara, então a pessoa não pode sair por aí fazendo de qualquer jeito. A Emater vai entrar nessa parte de assessoramento e junção de pessoas para fazer essa troca de informações”, explica o técnico.

Os interessados podem procurar os extensionistas da Emater, que avaliam questões de viabilidade: se o produtor consegue fazer trabalho laboral, se há mão de obra, acesso a recursos além das mudas, insumos, onde comprar, irrigação e até opções de crédito rural.

Mercado crescente

João Marcus Simões Dias produz 600 kg da planta por ano: “O lúpulo brasiliense é de qualidade”

O lúpulo é um dos ingredientes agrícolas mais valiosos da cerveja, apesar de ser utilizado em uma quantidade pequena em relação, por exemplo, ao malte de cevada ou de trigo. Alguns lúpulos brasileiros são vendidos entre R$ 100 e R$ 400, o quilo, sendo R$ 223 a média.

Depois de colhida, a flor é seca e em seguida peletizada (um processo a comprime como se fosse uma pequena porção de ração). É dessa forma que a cervejaria a utiliza, para ter maior eficiência e conseguir extrair o que há de melhor do produto.

Daniel acentua que o clima do Cerrado tem se mostrado muito favorável à cultura do lúpulo, por ser uma planta que exige muitas horas de luz. Outro fator é a incidência menor de chuvas em relação a outros estados e regiões do país.

“O maior problema do lúpulo hoje, do ponto de vista agronômico, é o manejo de doenças, especialmente as que são provocadas por fungos – e o excesso de chuvas é justamente o fator que contribui para isso. Então, a gente pode afirmar que as condições daqui da região são favoráveis para essa cultura, tanto em relação ao solo quanto à própria temperatura local”, observa Leal.

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