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08/09/2017 às 09:14, atualizado em 08/09/2017 às 12:01
Congressos latino-americano e brasileiro e seminário do DF e Entorno ocorrerão no Centro de Convenções Ulysses Guimarães até sexta (15)
A agroecologia será o tema de três encontros simultâneos em Brasília a partir de terça-feira (12). A cidade recebe o 6º Congresso Latino-americano de Agroecologia, o 10º Congresso Brasileiro de Agroecologia e o 5º Seminário de Agroecologia do DF e Entorno. Todos ocorrerão no Centro de Convenções Ulysses Guimarães até sexta (15).
A agroecologia é um método de produção rural que se baseia no manejo de diversas espécies — hortaliças, frutíferas e nativas — para garantir a biodiversidade no meio rural. Com isso, uma planta serve de insumo ou proteção contra pragas para outra.
A variedade de espécies e as funções que cada uma desempenha evitam o uso de agrotóxicos e fertilizantes industrializados nas propriedades.
O objetivo dos eventos é fortalecer esse modelo. Eles são organizados pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), em parceria com a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Distrito Federal (Emater-DF); as Secretarias da Agricultura, Abastecimento e Desenvolvimento Rural; do Meio Ambiente; do Trabalho, Desenvolvimento Social, Mulheres, Igualdade Racial e Direitos Humanos; o Instituto Brasília Ambiental (Ibram) e a Universidade de Brasília (UnB).
[Numeralha titulo_grande=”5 mil ” texto=”Estimativa de participantes nos três encontros sobre agroecologia em Brasília de 12 a 15 de setembroesquerda
A discussão central dos três encontros trata do tema Agroecologia na Transformação dos Sistemas Agroalimentares na América Latina: Memórias, Saberes e Caminhos para o Bem Viver. Para isso, a programação conta com palestras, mesas-redondas, cursos e visitas a propriedades rurais.
Também serão apresentados 2,2 mil trabalhos acadêmicos da Europa, da África, da América Latina e da América do Norte. A expectativa é que 5 mil pessoas participem das atividades.
Os debates estão organizados em 13 eixos:
No âmbito do Distrito Federal, a produção agroecológica no Cerrado entra como um dos eixos de discussão. “Essa é a primeira vez que congressos dessa importância ocorrem no Centro-Oeste. É uma oportunidade de debatermos como avançar nas políticas públicas, nas estratégias e nas pesquisas na região”, destaca a presidente do 10º Congresso Brasileiro de Agroecologia e pesquisadora da Embrapa, Mariane Vidal.
Os quatro dias de atividade darão condições de o público em geral entender o que é e como funciona o sistema de produção agroecológica. “Discutir a área rural de Brasília no Centro de Convenções [Ulysses Guimarães] é uma forma de as pessoas conhecerem a produção e os produtores, de compartilharem as experiências”, ressalta o secretário da Agricultura, Abastecimento e Desenvolvimento Rural, Argileu Martins.
[Numeralha titulo_grande=”300″ texto=”Quantidade de produtores do DF inseridos em base agroecológicadireita
O Distrito Federal tem 300 produtores inseridos em base agroecológica e 1.130 em processo de transição para o modelo. Além disso, existem 210 agricultores com certificação de orgânica no território.
A adesão ao sistema se dá, entre outras razões, ao trabalho de extensão rural. “Os produtores no DF são muito antenados em relação ao tema. Além disso, a Emater-DF tem uma capilaridade muito boa junto a eles”, explica o coordenador do Programa de Agroecologia da Emater-DF, Roberto Carneiro.
O fato de os congressos ocorrerem na capital federal atrai mais atenção dos gestores públicos para as demandas do setor. “Conseguimos, dessa forma, fortalecer política e institucionalmente a agroecologia no DF”, diz Carneiro.
Entre as atividades previstas estão as visitas técnicas a 13 propriedades modelo, no fim de semana seguinte aos congressos. Os roteiros foram definidos de acordo com os eixos de discussão e fortalecem o contato entre produtores rurais de diversas regiões.
“Queremos intensificar a troca de experiência entre os agricultores”, explica Raoni Nazareth Costa, agente em unidades de conservação da Gerência de Manejo e Gestão de Áreas Protegidas, do Ibram.
A produção agroecológica é fundamental para barrar a degradação do Cerrado, de acordo com a presidente do Congresso Brasileiro de Agroecologia. “Ela não esgota nascentes, pelo contrário, permite a recuperação dos recursos hídricos. A agroecologia tem diálogo direto com a recuperação da biodiversidade”, defende a pesquisadora da Embrapa Mariane Vidal.
Os benefícios trazidos por esse modelo de produção rural, como aumento da umidade e produção de solo fértil, são fundamentais para o enfrentamento de problemas ambientais. Ele representa também o caminho viável para combater a degradação do bioma, segundo o secretário do Meio Ambiente, André Lima.
“Por meio da agroecologia, é possível produzir e gerar renda. Com isso, atribui-se valor econômico, para além do caráter contemplativo, ao Cerrado”, defende. A pasta participa dos encontros em oficinas e mesas de debate sobre os incentivos à implementação de agroflorestas no Distrito Federal.
O Brasil é referência na definição de políticas públicas para a agroecologia. A Lei Federal nº 10.831, de 23 de dezembro de 2003, conhecida como Lei dos Orgânicos, inovou ao estabelecer a certificação de produtos orgânicos. A legislação também estabeleceu as bases para o Decreto nº 7.794, de 20 de agosto de 2012, que institui a Política Nacional de Agroecologia e Produção Orgânica.
Além das atividades acadêmicas, o Centro de Convenções receberá uma feira agroecológica aberta ao público. Ela funcionará de terça a quinta-feira, das 10 às 22 horas. Na sexta, no encerramento dos encontros, ela abrirá das 10 às 13 horas.
6º Congresso Latino-americano de Agroecologia, 10º Congresso Brasileiro de Agroecologia e 5º Seminário de Agroecologia do DF e Entorno
De 12 a 15 de setembro
No Centro de Convenções Ulysses Guimarães
Informações sobre inscrição e programação no site Agroecologia 2017
Edição: Raquel Flores