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14/09/2017 às 08:58
Três curtas e um longa-metragem guardam a memória cultural como tema em comum. Sessão exclusiva para convidados será na sexta-feira (15), às 19 horas, no Cine Brasília
A abertura do 50º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro, a partir das 19 horas desta sexta-feira (15), brindará os espectadores com a exibição de quatro filmes que usam a memória cultural como tema.
Fechada para convidados, a sessão tem como destaques o curta-metragem de São Paulo Festejo muito pessoal e o longa carioca Não devore meu coração!. Além deles, haverá a exibição dos curtas Nelson filma e Quando Marcio virou estrela, feitos em homenagem a cineastas.
O primeiro tributo, de 1971, discute o cinema de Nelson Pereira dos Santos, enquanto o segundo, de 2017, aborda o brasiliense Marcio Curi, que morreu em novembro do ano passado.
Nelson Pereira dos Santos estará na cerimônia para receber também a medalha Paulo Emílio, criada na edição do ano passado do festival para reconhecer figuras importantes do cinema brasileiro.
O nome dado à honraria vem do crítico Paulo Emílio Salles Gomes, um dos fundadores do Festival de Brasília. Ele é também fonte para o filme Festejo muito pessoal, do diretor Carlos Adriano.
A produção é adaptada do último texto, com o mesmo título, escrito por Paulo Emílio, um estudioso de cinema.
Segundo Adriano, o curta-metragem trata da “perda da memória cultural cinematográfica e as formas poéticas de trabalhar um luto”. Também é uma forma de resistir a esse esquecimento.
Filme sobre Paulo Emílio trata da perda de memória cultural e formas poéticas de trabalhar um lutoesquerda
O longa-metragem Não devore meu coração! aborda a memória sob o viés da história do Brasil na guerra contra o Paraguai. É o primeiro filme do diretor Felipe Bragança em sete anos.
Desde 2012, Bragança fez viagens para Mato Grosso, estado retratado na história. “Buscava intimidade, entendimento e elementos para compor o roteiro final. O filme que eu desejava me pedia tempo, e não pressa.”
Antes da exibição em Brasília, o filme concorreu ao Urso de Cristal, em Berlim, e ao prêmio do grande júri no festival de Sundance, nos Estados Unidos. “Há detalhes, meandros e sutilezas narrativas que talvez só o público brasileiro possa sentir e perceber pela bagagem histórica que carregamos”, resume.
O primeiro dia do festival também marcará o início de três oficinas gratuitas sobre produção audiovisual, em cinco encontros, de 15 a 19 de setembro. Elas ocorrerão em locais diferentes, mas no mesmo horário: das 14 às 18 horas.
No Espaço Cultural Intervenção Brasileira (QSB 12/13, Bloco B, Loja 5, Área Especial, em Taguatinga), Monica Palazzo dará a oficina sobre direção de arte para cinema. A aula é composta de exercícios práticos com base em músicas e situações sugeridas nas aulas.
Já a preparadora de elenco para cinema e TV Amanda Gabriel levantará discussões sobre a função de atores e atrizes na oficina que ela ministrará no Departamento de Artes Cênicas da Universidade de Brasília (UnB).
Por último, o roteirista e diretor Aleksei Abib fará um laboratório de séries de TV. Ele será consultor para que os alunos desenvolvam em grupos projetos que possam ser apresentados aos mercados de seriados do Brasil.
Essa oficina será no campus do Guará da Faculdade Icesp (QE 11, Área Especial 1). As três estão com inscrições encerradas.
Edição: Vannildo Mendes