25/10/2017 às 08:59, atualizado em 25/10/2017 às 12:16

DF é 1º lugar do Brasil em sustentabilidade ambiental e capital humano

De 10 pilares avaliados em pesquisa nacional, Brasília subiu posições em cinco e se manteve bem em outros três. Mereceu destaque, por exemplo, em ações de destinação de lixo

Por Amanda Martimon, da Agência Brasília

Com ações como o programa Qualifica Mais Brasília, que oferece capacitação profissional, e a abertura do Aterro Sanitário de Brasília, que permitirá a destinação correta do lixo, o Distrito Federal é considerado o primeiro do Brasil em sustentabilidade ambiental e capital humano.

Os resultados constam no Ranking de Competitividade dos Estados 2017 — pesquisa organizada pelo Centro de Liderança Pública e feita pela Tendências Consultoria Integrada e a EIU, divisão de pesquisa e análise do The Economist Group.

No ranking-geral, o DF se manteve em 4º lugar, atrás apenas de São Paulo (1º), Santa Catarina (2º) e Paraná (3º). De 10 pilares avaliados por pesquisa nacional, Brasília subiu posições em cinco e se manteve em outros três itens.

Em comparação com 2015, a capital brasileira saltou de 24º para 6º lugar em potencial de mercado, de 20º para 9º lugar em relação à segurança pública e de 12º para 5º na análise de eficiência da máquina pública.

O ranking analisa a competitividade das unidades da Federação por meio de 10 pilares — capital humano, educação, eficiência da máquina pública, infraestrutura, inovação, potencial de mercado, segurança pública, solidez fiscal, sustentabilidade ambiental e sustentabilidade social —, cada um com uma série de indicadores.

Evolução do DF no ranking de competitividade

Abertura do primeiro Aterro Sanitário de Brasília

Para a diretora-presidente do Serviço de Limpeza Urbana (SLU), Kátia Campos, a boa pontuação de Brasília — que passou de 8º para 1º lugar no indicador de destinação do lixo — é reflexo direto da inauguração do primeiro Aterro Sanitário do DF.

“O primeiro passo para uma cidade fechar o seu lixão é ter outro local para colocar os resíduos. Isso só foi possível porque houve uma decisão de governo. O SLU não conseguiria sozinho, são 17 órgãos trabalhando”, avalia.

Além do Aterro Sanitário e medidas adotadas para concluir o fechamento do Lixão da Estrutural, como a construção de centros de triagem de resíduos, o governo local criou iniciativas para a gestão do setor, entre elas os papa-entulhos e os papa-lixos.

Os papa-entulhos, segundo a diretora-presidente, atuam em um dos problemas mais graves das grandes cidades. “É quando a população deixa resíduos de forma inadequada, coisas que não cabem na coleta do caminhão compressor, como colchões, galhos de árvores”, exemplifica.

[Numeralha titulo_grande=”50%” texto=”Porcentual dos formados pelo Qualifica Mais Brasília em 2016 que declararam ter obtido colocação profissionalesquerda

No DF, são sete em seis regiões administrativas com o dispositivo. Já os papa-lixos atendem áreas onde o caminhão não consegue acesso, como nos casos em que a rua é muito estreita.

Em sustentabilidade ambiental, o DF obteve nota máxima nos indicadores de destinação de lixo, de serviços urbanos e de tratamento de esgoto.

Os desafios para a capital, de acordo com o ranking, estão nos índices de infraestrutura, com queda da 9ª para a 11ª posição, e de solidez fiscal, de 10ª para 22ª.

Ambos estão atrelados ao cenário de crise financeira, enfrentado desde o início da gestão, e que levou a medidas de austeridade para cumprir as regras impostas pela Lei de Responsabilidade Fiscal e retomar o reequilíbrio das contas.

Qualificação de trabalhadores ganha nota máxima

No ranking, Brasília avançou ao primeiro lugar na avaliação de capital humano ao ter também nota 100 — a maior no parâmetro adotado na pesquisa — em produtividade do trabalho, população economicamente ativa com ensino superior e qualificação de trabalhadores.

Nesse último, um dos programas de destaque do governo é o Qualifica Mais Brasília. De acordo com o último balanço, em 23 de outubro, o portal registra 17.524 alunos matriculados e 5.151 alunos certificados.

“Os cursos são de extrema qualidade. Temos muitos relatos de pessoas que não teriam condições de pagar pela qualificação e que conseguiram um emprego. Elas se sentem mais preparadas, vão mais encorajadas a uma entrevista”, opina o secretário adjunto do Trabalho, Thiago Jarjour.

Segundo ele, 50% dos que concluíram os cursos em 2016 declararam que conseguiram uma colocação profissional. “Isso tudo a um custo baixo para o governo, uma média de R$ 30 por aluno certificado”, destaca.

Por meio de ensino a distância on-line, são oferecidos 29 cursos gratuitos com certificados. Quem não tem acesso à internet pode recorrer às Agências do Trabalhador de Taguatinga e do Setor Comercial Sul e à Fábrica Social, na Estrutural. As inscrições estão disponíveis até julho de 2018.

Edição: Vannildo Mendes