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02/11/2017 às 09:03
Alunos passam dez horas na escola, que oferece atividades complementares, como aulas de violino. Mais 18 colégios de Brasília participam de projeto com jornada estendida
Com apenas 12 anos, Maria Luiza Pessoa explica a função do biodigestor na horta do Centro de Ensino Fundamental 15 (CEF 15), do Gama. “Além de produzir o gás que usamos na cozinha, ele faz adubo orgânico, menos tóxico.”
Em alguns fins de semana, a escola é usada até para cerimônias das famílias que vivem nas proximidades.
Um dos alunos para quem o projeto fez diferença foi Ronald Gabriel Marques, de 17 anos, que pratica jiu-jítsu e futsal. “Em 2014, eu passava a maior parte dos meus horários com os criminosos da área. O esporte e as professoras mudaram a minha vida.”
Além das aulas com as matérias básicas de manhã, os estudantes matriculados no Centro de Ensino Fundamental 15 escolhem atividades complementares para o período da tarde.
Elas dividem-se em cinco eixos:
A coordenação orienta os alunos a optarem por práticas de todos os eixos, mas apenas os de português e matemática são obrigatórios. Nos dois, há aulas de reforço e atividades extras que auxiliam na compreensão das disciplinas.
O eixo de artes inclui artes plásticas, dança, teatro e música — com aulas de violino, violoncelo e violão. O trabalho na horta faz parte do grupo de transversais, que tem a ver com temas como sustentabilidade, aproveitamento, ética e direitos humanos.
Na frente de esportes, a escola oferece cursos de jiu-jítsu, futsal e atletismo. Uma parceria com o Centro Olímpico e Paralímpico do Gama também fornece aulas de outras artes marciais, natação e atletismo. Há ainda um acordo com o Clube de Golfe de Brasília, que empresta instrutores para ensinar a modalidade.
Assim, os cerca de 600 alunos ficam ocupados das 7h30 às 17h30. Nesse período, recebem lanches e almoço.
Para garantir a qualidade dos alimentos, parte deles é produzida na horta, assim como os temperos. Ali, plantam-se coentro, cebolinha e manjericão.
A diretora Ana Elen atesta que o Proeiti fez diferença para o reconhecimento da unidade de ensino. “Quando começamos [em 2014], o CEF 15 tinha uma das menores notas do Ideb [Índice de Desenvolvimento da Educação Básica] em Brasília. Agora somos os primeiros colocados no Gama e estamos acima da média do DF.”
A integração foi reconhecida também na etapa distrital do prêmio Gestão Escolar 2017, em 18 de outubro. A fase regional será nesta segunda (30) e na terça-feira (31). Se o centro de ensino ganhar nessa, concorrerá nacionalmente em dezembro.
Por ter alunos com deficiência, o colégio também oferece as atividades do Proeiti com foco no ensino inclusivo. Eles fazem tarefas sempre com a presença de duas professoras — uma para as necessidades especiais e outra para transtornos.
Como alguns têm deficiência intelectual, eles são cerca de cinco anos mais velhos que os colegas. Os mesmos conteúdos são passados, mas com tarefas e atividades adaptadas às dificuldades de compreensão de cada um.
Além do CEF 15, 18 escolas de Brasília participam do Projeto de Educação Integral em Tempo Integral. Elas estão distribuídas nas Coordenações Regionais de Ensino de Brazlândia (1), de Ceilândia (4), do Núcleo Bandeirante (1), de Planaltina (2), do Plano Piloto/Cruzeiro (4), de Santa Maria (1), de São Sebastião (1), de Sobradinho (1) e de Taguatinga (3).
Edição: Marina Mercante