08/01/2018 às 16:59, atualizado em 08/01/2018 às 19:15

Homicídios no DF têm menor índice por 100 mil habitantes dos últimos 29 anos

Em 2017, de acordo com balanço da Segurança Pública divulgado nesta segunda (8), foram 16,3 crimes contra a vida para cada grupo de 100 mil moradores

Por Maryna Lacerda, da Agência Brasília

O Distrito Federal atingiu, em 2017, o menor índice de homicídios por 100 mil habitantes dos últimos 29 anos: 16,3 crimes contra a vida na proporção de 100 mil moradores do território. Estatísticas inferiores a essas só foram registradas em 1988.

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Os dados foram apresentados em coletiva de imprensa na sede da Secretaria da Segurança Pública e da Paz Social nesta segunda-feira (8). 

Em números absolutos, trata-se da menor taxa dos últimos 15 anos: 498 homicídios no ano passado, com 504 vítimas.

A redução drástica se deve às ações integradas do Viva Brasilia — Nosso Pacto pela Vida, de acordo com o secretário da Segurança Pública e da Paz Social, Edval Novaes Júnior.

 “Isso é extremamente positivo para a população do Distrito Federal, porque faz com que a sensação de segurança seja cada vez mais resgatada por meio da redução objetiva do número de crimes”, analisou. 

Em relação a crimes contra o patrimônio, roubos em comércio foram o tipo de delito com maior diminuição no período: 23%. Esse porcentual representa 2.136 registros no ano passado contra 2.774 incidências dessa natureza em 2016.

Roubos de veículos e em transporte coletivo também apresentaram significativo declínio: ambos com 14,3% a menos do que no ano passado. Em números absolutos, houve 4.855 roubos de veículos em 2017 contra 5.663 de janeiro a dezembro de 2016.

Os roubos a coletivos, por sua vez, representaram 2.681 ocorrências, contra 3.130 no mesmo período em 2016. 

Mortes no trânsito também reduziram em 2017

Levantamento feito pelo Departamento de Trânsito do Distrito Federal (Detran-DF) mostra que 2017 apresentou o menor número de mortes desde que a autarquia passou a acompanhar a evolução dos casos, em 1995.

No ano passado, 254 pessoas morreram vítimas de acidentes no trânsito e, no mesmo período em 2016, foram 390 — redução de 35% na comparação entre os dois anos.

Dezembro, em especial, teve diminuição de 37% de óbitos em relação ao mesmo mês em 2016. Em dados absolutos, isso representa 14 mortes contra 30 no mesmo período do ano anterior.

O diretor-geral do Detran-DF, Silvain Fonseca, atribui as quedas contínuas nos registros de vítimas fatais à intensificação de ações e de campanhas educativas.

“É uma ação integrada de governo nas áreas de educação, fiscalização e engenharia e também do trabalho desenvolvido pelos veículos de comunicação”, destacou.

Mais notificações de estupros têm chegado ao conhecimento das autoridades

Na contramão das reduções contínuas dos crimes contra a vida e contra o patrimônio, os estupros apresentaram aumento de 32,4% nos registros e de 12% ocorridos no ano passado.

Em 2017, forças de segurança e órgãos do governo de Brasília receberam 883 notificações sobre esse tipo de crime. Desse total, 687 se referem a violações ocorridas no ano passado e, 196, àquelas de anos anteriores.

Os estupros de vulnerável, ou seja, quando a vítima tem menos de 14 anos, se destacam nesse montante: 543 casos se enquadram nessa tipologia.

Por outro lado, em 2016 foram 667 registros, dos quais 616 no mesmo ano. Os demais 51 foram cometidos em anos anteriores.

É necessário haver parceria entre família e escola para que os estupros sejam relatados, investigados e punidosdireita

O incremento das notificações se explica, em parte, pelo fato de mais pessoas denunciarem esse tipo de crime. Historicamente, o estupro é uma violência com alto índice de subnotificação, uma vez que ocorre primordialmente dentro da residência da vítima e do autor e com vínculo entre os dois.

Por isso a prevenção é tão complicada, avaliou o secretário Edval Novaes. Segundo ele, há de se ter uma parceria entre família e escola para que os estupros sejam relatados, investigados e punidos.

“O primeiro passo é fazer o registro na delegacia, para que a polícia possa atuar e, consequentemente, o autor seja julgado e preso.”

Programa Cidades Limpas colabora para redução da criminalidade

Ações previstas pelo programa Cidades Limpas, como melhorias na iluminação e manutenção em áreas públicas têm feito com que as regiões administrativas se tornem mais seguras. Além disso, ficam menos suscetíveis à incidência do mosquito Aedes aegypti.

São intervenções como poda de árvores, serviços de carpina, recolhimento de lixo e entulho e substituição de lâmpadas em áreas públicas, enumerou o subsecretário de Desenvolvimento Regional e Operações nas Cidades, Manoel Alexandre.

“O planejamento do Cidades Limpas considera como fonte primária as áreas de maior ocorrência de dengue, zika e chikungunya e as manchas de criminalidade.”

Veja a íntegra dos balanços de dezembro de 2017 em relação a 2016 e de janeiro a dezembro de 2017.

Edição: Raquel Flores