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19/03/2018 às 16:40, atualizado em 19/03/2018 às 18:44
Documento das Nações Unidas destaca soluções baseadas na natureza para melhorar gestão da água. Governador Rodrigo Rollemberg participou da solenidade no Centro de Convenções Ulysses Guimarães na tarde desta segunda (19)
Como parte da programação do 8° Fórum Mundial da Água , foi lançado na tarde desta segunda-feira (19), no Centro de Convenções Ulysses Guimarães, o Relatório Mundial das Nações Unidas sobre Desenvolvimento dos Recursos Hídricos 2018.
O documento (veja o resumo executivo) destaca soluções baseadas na natureza como forma de melhorar a gestão hídrica.
A chamada infraestrutura verde resume-se em preservar as funções dos ecossistemas, tanto natural como artificialmente, apostando em engenharia ambiental em vez de engenharia civil para melhorar a gestão dos recursos hídricos. As ações devem ser adotadas tanto no campo quanto na cidade.
Na prática, ampliar a cobertura vegetal, a recomposição de solos e a proteção das bacias hidrográficas garante o aumento da quantidade e da qualidade da água e do acesso a todos esses recursos. Além disso, diminui os desastres naturais.
De acordo com o governador de Brasília, Rodrigo Rollemberg, que participou do lançamento, essa é a primeira vez que se divulga o documento no Brasil. “Precisamos de informações científicas para, cada vez mais, utilizando essa troca de experiências entre comunidades do mundo todo, podermos formular políticas públicas duradouras, democráticas e que possam servir às populações de todos os países.”
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Segundo a diretora-geral da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), Audrey Azoulay, nos próximos dias o relatório será divulgado em outros 30 países. “Esse documento tem o objetivo de auxiliar nos caminhos em que queremos andar e em investir nas estruturas corretas”, disse. “Todos nós sabemos dos benefícios das soluções baseadas na natureza, mas não investimos nelas.”
Audrey ressaltou que, se nada for feito, em 2050, cerca de 5 bilhões de pessoas viverão em áreas com baixo acesso à água.
O relatório reconhece a água como parte integrante de um processo natural, que envolve evaporação, precipitação e absorção pelo solo.
Publicado anualmente, ele tem o objetivo de abranger o estado dos recursos de água potável no mundo e propor ações sustentáveis para garantir a boa gestão.
No setor agrícola, estima-se que a produção possa aumentar em cerca de 20% em todo o mundo se forem utilizadas práticas mais verdes de gestão da água.
Estudo citado pelo relatório avaliou projetos de desenvolvimento agrícola em 57 países de baixa renda e descobriu que o uso mais eficiente da água, combinado com a redução do uso de pesticidas e com melhorias na cobertura do solo, aumentou o rendimento das colheitas em 79%.
Apesar de o setor da agricultura ser o maior consumidor de água, práticas verdes na cidade também são reconhecidas e variam desde paredes verdes e jardins suspensos a medidas para coletar e reciclar água. Na China, por exemplo, o projeto Cidade Esponja melhora a disponibilidade do recurso em aglomerados urbanos.
Serão 16 regiões-pilotos no país asiático com o objetivo de reciclar 70% da água da chuva por meio de uma maior permeação do solo por retenção e armazenamento e pela purificação da água e restauração de zonas úmidas adjacentes.
Desde sábado (17), os brasilienses podem conhecer a Vila Cidadã. O espaço do Fórum Mundial da Água é aberto ao público e oferece atrações das 9 às 21 horas.
A área tem mais de 10 mil metros quadrados e fica no estacionamento do Estádio Nacional de Brasília Mané Garrincha.
Para ter acesso à Vila, basta se credenciar no site oficial. O registro pode ser feito no local, mas, de acordo com a organização, o envio antecipado dos dados ajuda a evitar filas.
Criado em 1996 pelo Conselho Mundial da Água, o fórum foi idealizado para estabelecer compromissos políticos acerca dos recursos hídricos.
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Em Brasília, é organizado pelo Conselho Mundial da Água, pelo governo local — representado pela Agência Reguladora de Águas, Energia e Saneamento Básico (Adasa-DF) — e pelo Ministério do Meio Ambiente, por meio da Agência Nacional de Águas (ANA).
O fórum ocorre a cada três anos e já passou por Daegu, Coreia do Sul (2015); Marselha, França (2012); Istambul, Turquia (2009); Cidade do México, México (2006); Kyoto, Japão (2003); Haia, Holanda (2000); e Marrakesh, no Marrocos (1997).
8º Fórum Mundial da Água
Até 23 de março (sexta-feira)
No Centro de Convenções Ulysses Guimarães e no Estádio Nacional de Brasília Mané Garrincha
Inscrições abertas no site oficial
Edição: Raquel Flores