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28/03/2018 às 12:47, atualizado em 28/03/2018 às 15:32
Decisão considera relatórios produzidos pelo grupo de trabalho do governo de Brasília e de instituições, como a Universidade de Brasília. Obra prevê também recuperação de fundações e pilares de toda estrutura
Todo o bloco do trecho que desabou do viaduto da Galeria dos Estados, no Setor Bancário Sul, em 6 de fevereiro, será demolido e reconstruído. Os demais, por sua vez, terão fundações e colunas reforçadas e receberão nova estrutura, chamada laje de consolidação.
É o que anunciou o governo de Brasília nesta quarta-feira (28), em entrevista coletiva no Palácio do Buriti.
A decisão leva em consideração as soluções apresentadas pela Universidade de Brasília, pelo Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Distrito Federal (Crea-DF) e por demais instituições da sociedade civil, como o Clube de Engenharia.
“É uma solução híbrida, uma vez que todo o trecho que colapsou será demolido e reconstruído”, afirmou o diretor-geral do Departamento de Estradas de Rodagem do DF (DER-DF), Márcio Buzar.
Os oito pilares que compõem o viaduto serão ampliados de forma a eliminar o balanço do elevado, ou seja, o vão entre o pilar e a lateral da laje. Com isso, garante-se a estabilidade de toda a estrutura. “Já era consenso de todas as instituições envolvidas a demolição do balanço. Aumentamos a segurança quando ampliamos os pilares. O que aumentaria o custo seria demolir todas as lajes”, disse o diretor-geral do DER-DF.
Outro ponto fundamental na proposta apresentada nesta quarta é a eliminação dos fatores que levaram a água a infiltrar no viaduto. Para isso, a galeria de águas pluviais que existe no interior dele será desativada. Também serão retiradas as juntas de dilatação, espaços entre as lajes por onde a água entrou e levou, ao longo dos anos, à deterioração da parte que desabou.
Toda a parte superior do viaduto será recuperada e impermeabilizada. Por cima dela, será colocada uma outra estrutura, chamada de laje de consolidação, como forma de acabar com as infiltrações.
A obra será feita por meio de licitação, ao custo estimado de R$ 15 milhões. O projeto executivo será de responsabilidade da Companhia Urbanizadora da Nova Capital do Brasil (Novacap). A previsão é que até setembro a intervenção esteja finalizada.
A previsão é que até maio a concorrência pública esteja pronta e, em setembro, a intervenção esteja finalizada. “Não vamos fazer licitação emergencial, uma vez que a questão do fluxo de carros naquela área está resolvida”, explica Buzar. Os recursos vêm da destinação de R$ 50 milhões de reserva de contingência determinada pelo governador de Brasília, Rodrigo Rollemberg, um dia após à queda do bloco do elevado.
As novas fundações, pilares e blocos serão construídos de acordo com as normas técnicas mais recentes — à época da construção da Galeria dos Estados, elas eram de 1940. Isso dará uma vida útil de cerca de 100 anos ao viaduto.
As alças construídas emergencialmente serão desfeitas para manter a configuração original daquela região, como explicou Buzar. “Temos um compromisso com Brasília e com o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional [Iphan]. A cidade é Patrimônio da Humanidade e temos que recuperar a paisagem urbana.”
Os comerciantes que atuavam sob o bloco que desabou estão realocados provisoriamente na Rodoviária do Plano Piloto. No entanto, o governo de Brasília estuda se o retorno deles ao elevado é a opção mais adequada, de acordo com o secretário-chefe da Casa Civil, Sérgio Sampaio.
“Isso vem sendo tratado dentro de uma negociação que estamos fazendo com o pessoal dos restaurantes. Eles estão sendo alocados na Rodoviária do Plano Piloto e fizeram pleitos no sentido de mudar o ramo de atividade”, conta.
De acordo com Sampaio, a discussão ocorre em parceria com o Iphan. “A situação é analisada à luz do Plano Diretor da Rodoviária. A ideia é que deixemos as pessoas atuando na rodoviária até a conclusão do viaduto e, ao término do processo, vamos saber se é razoável mantê-los ali embaixo, se aquilo respeita o tombamento da cidade”, defendeu o secretário-chefe da Casa Civil.
A demolição e remoção do bloco que caiu ocorreu em 24 e 25 de fevereiro. A quebra da estrutura durou nove horas e 15 minutos ininterruptos. Cerca de 200 toneladas de entulho foram retiradas por 46 caminhões.
O material será reaproveitado pela Novacap em meios-fios, tampas de bocas-de-lobo e outros equipamentos.
Assim que parte do viaduto caiu, em fevereiro, o governo de Brasília iniciou os planos emergenciais para a manutenção do espaço. Primeiro o trânsito da via foi alterado para que os trabalhos de escoramento pudessem ser feitos.
Edição: Paula Oliveira