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29/03/2018 às 09:03, atualizado em 29/03/2018 às 09:21
Na Escola Classe Natureza, no Paranoá, professores aprendem técnicas de mediação de leitura por meio da iniciativa Marandubinha
Para formar novos leitores, projetos financiados pelo Fundo de Apoio à Cultura (FAC) apostam em métodos que despertem o interesse de crianças, jovens e adultos pelo hábito.
No caso da iniciativa Marandubinha nas Escolas — levada a unidades públicas do Distrito Federal —, a ideia é apresentar aos professores a mediação da leitura como estratégia para envolver os estudantes dos anos iniciais.
Entre as atividades, além da formação dos docentes, são promovidas rodas de leitura em sala de aula.
Agrupados em frente à mediadora e educadora Adriana Bertolucci, os pequenos alunos do segundo ano da Escola Classe Natureza, no Paranoá, interagem, apontam figuras no livro, não se contêm e levantam para tocar e compartilhar o que identificam nas páginas.
“Quero que eles vejam os livros, nós lemos juntos. Eles têm de poder pegar, tocar. Para incluir o livro na cultura da criança, ela precisa se sentir apropriada dele”, explica Adriana.
[Olho texto='”Quero que eles vejam os livros, nós lemos juntos. Eles têm de poder pegar, tocar. Para incluir o livro na cultura da criança, ela precisa se sentir apropriada dele”‘ assinatura=”Adriana Bertolucci, professora da Escola Classe Naturezaesquerda
Com o objetivo de formar novos leitores, primeiro é ofertada uma oficina para os professores com técnicas de mediação de leitura. Depois das atividades em sala, também há um retorno aos docentes. Por fim, a proposta é engajar os pais, para que estimulem a leitura fora do ambiente escolar.
A professora da turma, Vanessa Ribeiro, conta como usará as técnicas aprendidas. “Geralmente leio e depois mostro a figura. Agora, vejo que eles podem acompanhar, interagir”, avalia.
O Marandubinha é desenvolvido em outras duas unidades de ensino do Distrito Federal: na Escola Classe Vila do Boa, em São Sebastião, e na Escola Classe do Setor P Norte, no Sol Nascente, em Ceilândia.
A iniciativa surgiu com um blog de mesmo nome, de autoria das educadoras Adriana Bertolucci e Dayla Duarte, com dicas de mediação e de livros infantis. Com o apoio do FAC, pôde ser levada do meio on-line para as escolas.
Idealizado em 2008, o projeto A Arte de Ler e Criar — que se chamava Brincando de Biblioteca — ocupará bibliotecas públicas do DF com oficinas nos próximos meses.
A professora aposentada da rede pública e escritora Dinorá Couto incentiva os participantes a descobrirem veias artísticas por meio da leitura. “Todo mundo tem de sair sabendo que é um artista. Pode ser para escrever, para fazer artesanato, não importa”, opina.
Idealizado em 2008, o projeto A Arte de Ler e Criar — que se chamava Brincando de Biblioteca — ocupará bibliotecas públicas do DF com oficinas nos próximos mesesdireita
Para os que se interessam especialmente pela literatura e demonstram interesse em criar um projeto literário, ela se dispõe a dar auxílio em encontros agendados na Biblioteca Braille Dorina Nowill, em Taguatinga, da qual foi fundadora.
No projeto, a autora também lança o livro infantil E eu sou isto, vovó? — Uma abordagem lúdica de cidadania. Nesse momento, os participantes são convidados a escrever sobre o que é cidadania.
Reunidas na Biblioteca Pública do Riacho Fundo I para fazer um trabalho escolar, as amigas Milena Ramos, Idália Souza e Naely Sousa, todas de 13 anos e estudantes do oitavo ano no Centro Educacional 2 da região administrativa, aproveitaram para participar da oficina.
As adolescentes vivem momentos diferentes. Enquanto Idália se interessa por livros de ação e ficção e conta que está lendo uma edição virtual, Milena alega falta de tempo para ler e Naely diz preferir assistir a filmes.
Em maio, a escritora organizará a 12ª edição do Fórum Brasília Capital das Leituras, mostra de obras de escritores locais para diferentes bibliotecas.
Para participar, basta comparecer nos lugares programados, das 8h30 às 11h30. As próximas datas previstas são:
Edição: Paula Oliveira